DO "AGORA"

Um grupo de 80 alunos de uma escola estadual da zona sul da capital paulista inaugura amanhã a visitação pública aos pavilhões 2 e 7 da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru (zona norte). Para o público em geral, as visitas começam no próximo sábado.
Funcionários das secretarias da Cultura e da Administração Penitenciária monitorarão as visitas, que acontecerão entre as 10h e as 16h, de terça-feira a domingo.
O caminho do visitante começará pelo pavilhão 2, localizado à esquerda de quem está de frente para o presídio. Esse pavilhão está descaracterizado, pois foi nele que o cineasta Hector Babenco gravou as cenas do filme "Carandiru", entre fevereiro e abril, durante a adaptação para o cinema do livro "Estação Carandiru", do médico Drauzio Varella.
No pavilhão 2 haverá uma instalação do artista plástico Siron Franco, 55, que juntou 111 portas das celas do Carandiru, e também uma exposição de fotos e objetos do presídio desativado no último domingo. "As portas mostram um pouco de cada indivíduo preso aqui um dia. É também uma forma de não deixar o massacre dos 111 presos [em 1992, durante invasão da Polícia Militar" ser esquecido", disse Franco.
A área mais "real" e preservada da prisão integrará a segunda parte da visitação, que acontece no 3º andar do pavilhão 7. Ali, o visitante só poderá andar em grupos de 30 ou 40 pessoas, e sempre com a presença de funcionários.
Durante a visita, será permitido o uso de câmeras fotográficas e filmadoras. Crianças só poderão participar se estiverem acompanhadas de um responsável.
O passeio é gratuito, mas não há estacionamento disponível. Uma das opções é usar o metrô (estação Carandiru, linha azul-1).
Os outros pavilhões -4, 5, 6, 8 e 9- estarão fechados para a visitação. Nesta semana, já começaram os preparativos para a implosão dos prédios.