São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Policiais, promotores, agências de viagem e empresas suspeitam que número de passagens falsas chegue a 300 mil por ano

Operação apura fraude em bilhetes aéreos

DA REPORTAGEM LOCAL

Polícia Civil, promotores de Justiça, companhias de aviação, agências de viagens e a Infraero preparam uma grande operação para combater uma fraude que envolve a falsificação de pelo menos 300 mil passagens aéreas no Brasil por ano.
Os bilhetes falsificados, que passam despercebidos pela fiscalização, destinam-se, na maioria dos casos, a viagens internacionais de primeira classe, de acordo com levantamento inicial. O objetivo da ação é aumentar o controle nos aeroportos, criando mecanismos de identificação das passagens falsas. A operação também visa investigar os fraudadores.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) abriu procedimento para apurar o caso a partir de uma representação da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem). Segundo o promotor Roberto Porto, a falsificação envolve quadrilhas bem estruturadas, que dispõem de informações privilegiadas. Há suspeita de que a maior parte dos bilhetes tenha sido clonada e vendida a preços bem mais baixos.
É possível que o bilhete falso vá parar na mão dos usuários por meio de agências de fachada ou por uma rede de contatos. Nesse caso, o pedido seria feito por telefone e a passagem, entregue por um motoboy, segundo Naief Saad Neto, delegado divisionário da Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista.
Não existe um levantamento dos prejuízos. Segundo dados extra-oficiais das companhias, repassados aos promotores, o mercado recebe pelo menos 300 mil bilhetes falsos por ano, o que representa 1,5% das passagens vendidas no Brasil por empresas nacionais e internacionais.
A investigação também vai envolver o usuário. "Pelo preço baixo, o usuário tem como saber que a passagem é irregular. Ele pode ser indiciado por uso de documento falso e formação de quadrilha", afirmou Porto. O Gaeco possui uma lista de 300 pessoas que usaram bilhetes falsos no segundo semestre de 2001. Os promotores vão tentar localizar essas pessoas. (GILMAR PENTEADO)


Texto Anterior: Relatório aponta falhas na Eusébio Matoso
Próximo Texto: O fim do Carandiru: Presídio abre ao público no próximo sábado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.