|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Policiais, promotores, agências de viagem e empresas suspeitam que número de passagens falsas chegue a 300 mil por ano
Operação apura fraude em bilhetes aéreos
DA REPORTAGEM LOCAL
Polícia Civil, promotores de Justiça, companhias de aviação, agências de viagens e a Infraero preparam uma grande operação para combater uma fraude que
envolve a falsificação de pelo menos 300 mil passagens aéreas no
Brasil por ano.
Os bilhetes falsificados, que passam despercebidos pela fiscalização, destinam-se, na maioria dos casos, a viagens internacionais de
primeira classe, de acordo com levantamento inicial. O objetivo da
ação é aumentar o controle nos
aeroportos, criando mecanismos
de identificação das passagens falsas. A operação também visa investigar os fraudadores.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) abriu procedimento
para apurar o caso a partir de uma
representação da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem). Segundo o promotor Roberto Porto, a falsificação envolve
quadrilhas bem estruturadas, que
dispõem de informações privilegiadas. Há suspeita de que a
maior parte dos bilhetes tenha sido clonada e vendida a preços
bem mais baixos.
É possível que o bilhete falso vá
parar na mão dos usuários por
meio de agências de fachada ou
por uma rede de contatos. Nesse
caso, o pedido seria feito por telefone e a passagem, entregue por
um motoboy, segundo Naief Saad
Neto, delegado divisionário da
Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista.
Não existe um levantamento
dos prejuízos. Segundo dados extra-oficiais das companhias, repassados aos promotores, o mercado recebe pelo menos 300 mil
bilhetes falsos por ano, o que representa 1,5% das passagens vendidas no Brasil por empresas nacionais e internacionais.
A investigação também vai envolver o usuário. "Pelo preço baixo, o usuário tem como saber que a passagem é irregular. Ele pode ser indiciado por uso de documento falso e formação de quadrilha", afirmou Porto. O Gaeco
possui uma lista de 300 pessoas que usaram bilhetes falsos no segundo semestre de 2001. Os promotores vão tentar localizar essas pessoas.
(GILMAR PENTEADO)
Texto Anterior: Relatório aponta falhas na Eusébio Matoso Próximo Texto: O fim do Carandiru: Presídio abre ao público no próximo sábado Índice
|