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OUTRO LADO
Desgualdo nega que tenha agido para proteger delegado
DA REPORTAGEM LOCAL
DAS REGIONAIS
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco
Antonio Desgualdo, negou
ontem que tivesse mandado
seu assessor, o delegado Luiz
Carlos dos Santos, o China,
avisar o chefe da Polícia Civil
no Vale do Paraíba, Antonio
Carlos Gonçalves da Silva,
que seu telefone estava sendo grampeado.
"Nesse caso, estava nervoso e pedi para que se descobrisse o que estavam fazendo [o delegado e a mulher
dele], porque teria de partir
pra cima antes que outros o
fizessem. Queria apurar a
veracidade e me adiantar",
afirmou ele, que ontem criticou a análise isolada de trechos da conversa.
Segundo Desgualdo, o caso da suposta ligação do delegado com bicheiros está
sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Civil.
Ele disse que não teve acesso ao diálogo incluído na
apuração federal e que não
se recorda dos detalhes da
conversa. No dia em que a
gravação foi feita, ele estava
em férias.
No grampo, Desgualdo teria afirmado que recebera a
informação sobre o caso do
ex-secretário da Segurança
Pública do Estado Marco Vinicio Petrelluzzi, que é procurador de Justiça.
Ontem, o delegado-geral
afirmou que a notícia não
partiu do ex-secretário, com
quem diz não falar desde fevereiro. Ele disse não recordar da expressão que usou e
que pode ter dado a entender que havia sido avisado
do caso por Petrelluzzi.
O ex-secretário também
negou ontem ter conversado
com Desgualdo sobre a apuração no Vale do Paraíba.
"Estou sendo acusado de
passar algo que eu não sabia", afirmou ele.
Para o delegado-geral, os
remanejamentos de policiais
feitos na capital a partir de
dezembro do ano passado
podem ter despertado "insatisfação" e "raiva" entre policiais, que teriam usado seu
nome indevidamente e que
acabaram grampeados pela
Procuradoria da República.
O secretário de Estado da
Segurança Pública, Saulo de
Castro Abreu Filho, voltou a
reclamar ontem da divulgação do caso, ao ser questionado se o delegado-geral poderia ser demitido do cargo
por conta das denúncias.
Abreu Filho, porém, disse
que também está investigando o caso.
Já o delegado Antonio Carlos Gonçalves da Silva, de
São José dos Campos, negou
ontem qualquer envolvimento com bicheiros da cidade de São José dos Campos. "Nem eu nem minha
mulher conhecemos nenhum bicheiro. Todos que
me conhecem sabem minha
opinião a respeito disso. Sou
muito moralista", afirmou.
Silva disse que soube que
estava grampeado por intermédio do delegado seccional
de São José, Roberto Monteiro de Andrade Júnior.
"Não me importei. Não tinha nada a esconder", disse.
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