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Ex-motoboy vira atleta de voleibol paraolímpico
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando perdeu a perna direita
em um acidente de moto em 2002,
o então motoboy Renato de Oliveira Leite não imaginava a guinada que sua vida daria após essa
fatalidade. Na época, com 19 anos,
ele fazia testes como jogador do
São Caetano Futebol Clube.
Após quase um mês de internação, quando tentaram em vão reconstituir sua perna, ele começou
a reabilitação. Cinco meses depois, conseguiu sua primeira prótese de titânio e voltou a jogar.
Futebol, só de brincadeira. Leite
hoje faz parte da seleção brasileira
de voleibol paraolímpico e é medalhista em atletismo e tênis de
mesa, patrocinado por uma empresa de produtos ortopédicos.
Leite não titubeia em atribuir à
alta funcionalidade da prótese
parte do mérito das conquistas.
Ele espera conseguir um adaptador com sistema à vácuo, instalado entre a prótese e coto (extremidade do membro que sofreu
amputação), que "prende" a prótese ao corpo. "Já aconteceu de eu
correr e a perna sair do lugar."
Fascinado pelo esporte voltado
para deficientes, ele resolveu fazer
faculdade de educação física e
quer iniciar um trabalho para "tirar o deficiente de casa".
Prótese ocular
Quem olha para a microempresária Maria Clara Benetti, 44, uma
loira de olhos azuis, nem percebe
que um desses olhos é uma prótese. A perfeição é tanta que a filha,
Carolina, 9, só soube neste ano
que a mãe não tem o olho direito.
Aos 14 anos, Maria Clara descobriu que tinha ceratocone, uma
doença ocular que afeta a córnea e
que a deixaria cega em 20 anos.
Em quase 30 anos, foram sete
transplantes, seis dos quais fracassaram. As cirurgias salvaram
apenas o olho esquerdo.
Maria Clara teve de aprender a
lidar com deficiência visual. A primeira saída foi a colocação do implante (uma espécie de bolinha de
gude branca) e, em seguida, a prótese, confeccionada sob medida.
"Foi uma experiência inesquecível. A escolha da tonalidade, as
veiazinhas feitas de lã. Ficou perfeita", lembra. Mas confessa que
sente tristeza cada vez que tira a
prótese para limpeza. "Não é fácil
ver aquele buraco no lugar do
olhos", desabafa.
(CC)
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