São Paulo, sábado, 19 de setembro de 1998

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Menina corre risco, diz médico

da Reportagem Local

Abortando ou não, C. corre risco de vida. Tanto o aborto quanto a continuação da gestação podem deixar sequelas graves na garota e no bebê, caso ele nasça.
Os médicos ouvidos pela Folha consideram, no entanto, que o aborto deve deixar menos sequelas físicas e psicológicas.
Caso o aborto seja mesmo realizado, a cirurgia é urgente, dizem os ginecologistas. Isso porque, com quatro meses de gravidez, a interrupção é considerada arriscada e não recomendada.
"Ela pode sofrer sangramentos grandes", diz o médico Jorge Andalaft, do serviço de aborto legal do Hospital do Jabaquara, em São Paulo. No caso de C., ele considera que o hospital aprovaria o aborto.

Cesárea
Como o seu corpo não está preparado para a gestação e nem para um parto, caso C. venha a ter o filho, terá de fazer cesariana.
Os riscos de o nascimento ser prematuro e ocorrer com 6 meses de gestação são muito altos, segundo o ginecologista Osmar Colás, do programa de atendimento a vítimas de violência sexual do Hospital São Paulo.
Além disso, ela pode sofrer hipertensão na gestação (pré-eclampsia), com hemorragias e edemas agudos, ou retardo no crescimento do útero, que podem ser fatais para a mãe. Esses problemas também podem causar falta de oxigênio no cérebro do bebê, deixando sequelas mentais que podem ser fatais.



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