São Paulo, sábado, 19 de setembro de 1998

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Helicóptero usado na operação cai e mata eletricista que procurava possíveis bombas na linha de Furnas
Técnico morre em vistoria de torres no PR

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Ivaiporã

Um helicóptero usado na inspeção das torres de transmissão de energia elétrica de Furnas caiu no início da tarde de ontem em Nova Cantu (oeste do PR). João Batista de Parvas, eletricista de linha da subestação de Ivaiporã, morreu esmagado pelo aparelho.
O acidente aconteceu às 13h30, na fazenda Santo Antônio, quando o helicóptero tentava pousar para recolher Parvas.
A operação de varredura tem por objetivo encontrar bombas instaladas em torres das linhas de transmissão de energia.
No último domingo uma bomba explodiu e danificou uma torre no interior paranaense. No dia seguinte outra bomba foi encontrada, em Nova Tebas. Dois dias depois, nova bomba foi achada, desta vez em Pitanga. Ela foi desarmada anteontem.
O eletricista tinha acabado de inspecionar uma torre, na operação de caça à bombas nos sistemas de transmissão da empresa.
Segundo Djair Roberto Fernandes, chefe da divisão de Ivaiporã do setor de Produção PR de Furnas, até as 17h de ontem não se sabia a causa do acidente.
A torre que seria inspecionada fica ao lado de uma árvore. A hipótese provável é que o aparelho tenha se chocado com a árvore ao tentar decolar. Fernandes não descartou também a possibilidade de pane na aeronave.
O eletricista José Duque Viana, que estava no aparelho, também ficou ferido. Ele foi encaminhado ontem ao Pronto-Socorro Municipal de Campo Mourão.
Viana sofreu apenas ferimentos leves. O piloto do helicóptero, Floriano Nolasco da Silva Júnior, nada sofreu. Manoel Pereira de Andrade, terceiro eletricista da equipe, que inspecionava outra torre nas proximidades, comunicou o acidente à empresa Furnas.
Segundo Fernandes, o corpo de Parvas deveria chegar na noite de ontem em Ivaiporã, onde o eletricista morto morava. Ele era casado e tinha dois filhos.

Paralisação
O acidente provocou a paralisação da inspeção das 3.872 torres do sistema de Furnas no Estado. Antes da paralisação haviam sido inspecionadas 484 torres.
Segundo Fernandes, os helicópteros eram usados em locais com condições de pouso. Nas torres de difícil acesso estavam sendo usados carros e caminhadas.

Telefonema anônimo
Djair Roberto Fernandes confirmou ontem que a Furnas Centrais Elétricas recebeu, na tarde de anteontem, um novo telefonema anônimo com ameaça de bomba.
Segundo a ameaça, a bomba estaria instalada em uma torre nas proximidades de Corbélia (oeste do PR). Nada foi encontrado.



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