São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
Próximo Texto | Índice

TRANSPORTE

Acidente não deixou feridos, mas linha norte-sul ficou parcialmente interditada durante todo o dia

Trem do metrô descarrila pela 1ª vez

Jorge Araújo/Folha Imagem
Trem do metrô descarrilado a 100 m da estação Santana (zona norte de SP); composição só foi retirada do local às 15h15


MARCELO OLIVEIRA
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local



Um vagão do metrô descarrilou às 9h40 de ontem, quando o trem deixava a estação Santana, em direção ao Tucuruvi. O acidente, que não teve feridos, provocou a interdição da linha norte-sul (azul) entre o Tucuruvi e a estação Tiradentes.
O Metrô divulgou ontem que a meta da companhia é recolocar o trecho em operação hoje, mas que não era possível precisar o horário. O trem descarrilado foi retirado do local às 15h15.
Segundo o diretor de operações do Metrô, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, o trem descarrilou "provavelmente" após o disco de freio ter se desprendido de uma das rodas do vagão. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Onofre Gonçalves de Jesus, atribui à falta de mão-de-obra a possível causa do acidente.
Descarrilamentos no metrô de São Paulo são raros. O de ontem foi o primeiro registrado durante operação comercial do sistema desde 1974.
O vagão descarrilado chocou-se contra a passarela de apoio da linha por alguns metros, até que parou completamente. Parte da passarela (por onde entram técnicos e saem passageiros em casos de emergência) foi destruída.
O Metrô não divulgou o número de pessoas prejudicadas de alguma forma pela interrupção do trecho Tucuruvi-Tiradentes da linha azul, mas, segundo a companhia, 750 mil pessoas, em média, utilizam a linha todos os dias.
A companhia acionou o Paese (Plano de Assistência entre Empresas em Situações de Emergência) e a SPTrans (São Paulo Transportes), empresa que gerencia o transporte de ônibus na capital, colocou em prática um plano para tentar minimizar as dificuldades dos passageiros.
Pelo plano, os ônibus vindos da periferia, que teriam pontos finais nas estações de metrô atingidas pela pane, esticaram seus itinerários até a estação da Luz (no centro), de onde os trens seguiam até o Jabaquara (zona sudoeste) com velocidade reduzida, fazendo o mesmo no sentido oposto.
Nas estações, faltou informação para os passageiros. Um cartaz anunciava, laconicamente, que "por motivo técnico" os trens não estavam funcionando entre as estações Tucuruvi e Tiradentes.
Pela manhã, logo após o acidente, o trânsito ficou prejudicado principalmente nas imediações das estações da zona norte.
Na avenida Cruzeiro do Sul, onde ficam as estações Santana, Carandiru e Tietê, o trânsito ficou lento durante todo o dia no sentido bairro-centro.
Houve lentidão também entre a praça Campo de Bagatelle, na zona norte, e a avenida 23 de Maio, na altura do viaduto Beneficência Portuguesa (centro).
Mas a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) disse que o pico de congestionamento da manhã (65 km) foi registrado antes do acidente, às 8h.


Próximo Texto: Sindicato acusa falta de mão-de-obra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.