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Sindicato
acusa falta de
mão-de-obra
da Reportagem Local
O presidente do Sindicato dos
Metroviários, Onofre Gonçalves
de Jesus, apontou a falta de mão-de-obra como uma possível causa
do descarrilamento ocorrido ontem na linha norte-sul do metrô.
Jesus disse que há 10 anos a companhia empregava 10 mil funcionários e, atualmente, esse número
é de 7.400.
"Foi realizado um PDV (Plano
de Demissão Voluntária) que
provocou o desligamento de 730
funcionários", disse o presidente
do sindicato. Antes do programa,
segundo Jesus, o Metrô empregava 8.100 servidores.
Jesus acusou a empresa de reaproveitar peças. "Eles tiram de
um carro para pôr em outro."
Na avaliação do sindicalista, o
desprendimento do disco de freio
da composição, considerada uma
provável causa do acidente, ocorreu porque "um parafuso deve ter
se soltado".
O presidente do sindicato disse
que as paralisações nas linhas,
que geram atrasos, acontecem
porque "o sistema está saturado".
Jesus afirmou que essa "saturação" gera, por exemplo, os chamados "trens fantasmas", um erro no computador que faz o operador pensar que há outra composição no mesmo trilho.
O deputado estadual Carlos Zarattini (PT), da Comissão de
Transportes da Assembléia Legislativa, acusou a empresa de não
repor as vagas de funcionários da
manutenção que deixaram o Metrô. "A companhia busca economia de qualquer forma", afirmou.
Para ele, a demissão de funcionários tem como objetivo favorecer um possível contrato com a
multinacional Alsthon para a manutenção da companhia.
O engenheiro Rui Quintanilha,
coordenador do Grupo de Trabalho de Transportes, do Crea-SP,
disse que descarrilamentos no
metrô não são comuns, e que
nunca ouviu falar em um que tenha sido provocado por um problema com o disco de freio, mas
disse que a causa é plausível. Ele
descartou falha humana.
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