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Hospital é acusado
por morte de paciente
da Reportagem Local
O Hospital do Servidor Público
Estadual abriu ontem uma sindicância interna para apurar possíveis responsabilidades pela morte
de uma paciente, na manhã do último sábado. Segundo a família, a
manicure Ana Lúcia Vital de Oliveira Outi, 28, morreu por "negligência médica" depois de ter sido
submetida a uma cesárea uma semana antes. O bebê passa bem.
"Ela chegou a amamentar o menino, depois foi piorando, piorando e ninguém fazia nada", disse a
irmã Meire Vital de Oliveira Grotto. "Sentia tanta dor que chegava
a rolar pelo chão do hospital."
Ana Lúcia teria morrido de infecção generalizada, de acordo
com o hospital. "Ela morreu porque demoraram demais para tomar as providências", diz a irmã.
O bebê de Ana Lúcia nasceu na
sexta e foi amamentado até o sábado. "No domingo eu fui visitá-la, e ela havia sido levada para o
centro obstétrico. Ela respirava
com muita dificuldade e reclamava de muitas dores."
Na madrugada da segunda, por
volta das 5h, Ana Lúcia telefonou
para Meire pedindo que a retirasse de lá. "Me levem embora, estão
me maltratando muito."
Naquele dia, a irmã ouviu o relato de outras mulheres que estavam no mesmo quarto. "Elas diziam que minha irmã pedia socorro e a enfermeira falava que
era manha. As mulheres queriam
ajudar a Ana, mas a enfermeira
dizia que elas seriam processadas
se alguma coisa acontecesse."
O marido, o funcionário do Fórum Marcio Kenzo Outi, que pedia ajuda para a mulher, foi retirado do hospital por seguranças
chamados por um médico. "Ele
assistia televisão e dizia que eu estava perturbando o ambiente."
Ana Lúcia foi submetida a duas
cirurgias para retirada do útero e
dos ovários e permaneceu inconsciente na UTI, até morrer na
manhã do sábado.
O marido encaminhou queixa
ao Conselho Regional de Medicina e registrou um boletim de
ocorrência. A direção do hospital
forneceu cópia do prontuário aos
familiares e informou que a sindicância será orientada a partir das
denúncias da família.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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