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Diretores de presídios serão convocados a depor em CPI
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE VENCESLAU
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Sistema
Carcerário da Câmara dos Deputados decidiu ontem convocar diretores de presídios do
oeste de São Paulo, onde estão
presos membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), a depor em sessão fechada, em Brasília, sobre
a ação de quadrilhas no Estado.
A decisão ocorreu após os diretores se recusarem a participar ontem de audiência pública
da CPI, em Presidente Prudente (565 km de SP), que contou
com carcereiros, promotores,
vereadores e prefeitos. Eles alegaram motivos de segurança
para não falar em público.
O convite para participação
na audiência, recusado ontem,
havia sido feito há uma semana.
O presidente da CPI, deputado
Neucimar Fraga (PR-ES), minimizou a atitude dos diretores. "Não foi uma recusa, mas
uma recomendação, pois sabemos o risco a que eles seriam
expostos."
Criada para investigar a situação nos presídios brasileiros, a CPI também convocará o
preso Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola, integrante do PCC. Segundo Fraga, as
datas dos depoimentos serão
definidas na próxima semana.
Ontem, seis integrantes da
CPI visitaram a penitenciária 2
de Presidente Venceslau (620
km de SP) e o CRP (Centro de
Readaptação Penitenciária) de
Presidente Bernardes (589 km
de SP), onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em que presos ficam isolados por 22h diárias, sem direito
a visitas íntimas e contatos físicos com parentes e advogados.
Os membros da comissão
também ouviram queixas de
agentes penitenciários sobre
más condições de trabalho. Citaram ainda denúncias de
maus-tratos a presos que serão
investigadas pela CPI.
A Folha solicitou informações sobre as denúncias à Secretaria da Administração Penitenciária, mas não teve resposta até as 19h30 de ontem.
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