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Prefeitura projeta mais duas rodoviárias
Gestão Kassab dá prazo de dois anos para que se inicie a construção de um terminal na Vila Sônia e outro em Itaquera
Para prefeitura, população da periferia de São Paulo tem dificuldade para chegar aos terminais do Tietê, da Barra Funda e do Jabaquara
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) planeja construir duas
novas rodoviárias na cidade de
São Paulo -uma na Vila Sônia
(zona oeste) e outra em Itaquera (zona leste)- para tentar reverter a queda de demanda dos
ônibus intermunicipais e interestaduais.
O plano da Prefeitura de São
Paulo é que cada um dos novos
terminais rodoviários tenha
entre 15 e 20 plataformas de
embarque de passageiros,
aproximadamente metade do
tamanho do terminal Barra
Funda (zona oeste).
O projeto se encontra em fase de contratação. A meta é iniciar a construção até 2011, conforme expôs a gestão Kassab há
duas semanas, durante um
congresso de transporte em
Curitiba.
A Prefeitura de São Paulo
alega que, em razão do crescimento da cidade, os três terminais existentes (Tietê, Jabaquara e Barra Funda) ficaram
distantes das populações periféricas que realizam viagens
mais longas.
A descentralização, portanto,
visa incentivar as viagens rodoviárias de ônibus, reduzindo assim os deslocamentos de carro
e de avião.
Metrô
Tanto na Vila Sônia como em
Itaquera, os novos terminais
rodoviários serão integrados a
estações do metrô -linhas 4
(amarela) e 3 (vermelha), respectivamente.
A primeira deve receber ônibus vindos da região sul ou da
rodovia Raposo Tavares. Atualmente, aqueles que se dirigem a
Curitiba, por exemplo, atravessam a malha urbana das zonas
sul e oeste de São Paulo depois
da saída do terminal Tietê (zona norte).
"O princípio de descentralizar é adequado. Quanto menos
os ônibus tiverem que rodar
dentro da cidade, melhor para
todo mundo", defende Marcos
Pimentel Bicalho, superintendente da Associação Nacional
de Transportes Públicos.
As novas rodoviárias foram
inseridas no plano de metas da
gestão Gilberto Kassab, cujo
mandato acaba em 2012. A prefeitura diz que os custos só serão definidos após a conclusão
dos projetos.
Tarifas
O presidente do Setpesp (sindicato das empresas de transporte no Estado), Robson Rodrigues, afirma que, embora seja favorável a novos terminais,
os passageiros só serão beneficiados se houver mais flexibilidade na distribuição das linhas
de ônibus.
Ele questiona a proibição,
por exemplo, para que algum
morador da zona norte da cidade que pretenda ir ao litoral sul
possa embarcar também no
terminal Tietê, e não apenas no
Jabaquara.
Rodrigues diz que também
concorda com a necessidade de
diminuir os preços para atrair
mais passageiros. Mas alega
que um dos principais impactos do custo ao usuário está na
tarifa cobrada para a utilização
dos terminais rodoviários
-que pode chegar a um terço
do valor da passagem, no caso
de trajetos mais curtos.
Os atuais terminais rodoviários da cidade de São Paulo são
administrados pelo consórcio
Prima (composto por Socicam
e Termini), que obtiveram do
Metrô -a empresa responsável
pelas rodoviárias- um contrato de 20 anos, a partir de 1990,
aditado por mais 20.
A maior rodoviária da capital
paulista é a do Tietê. No ano
passado, o terminal registrou
uma média diária 59 mil passageiros.
Esse movimento é 60% superior ao do principal aeroporto
para viagens domésticas. Congonhas registrou no ano passado cerca de 37 mil passageiros
por dia.
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