São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prefeitura projeta mais duas rodoviárias

Gestão Kassab dá prazo de dois anos para que se inicie a construção de um terminal na Vila Sônia e outro em Itaquera

Para prefeitura, população da periferia de São Paulo tem dificuldade para chegar aos terminais do Tietê, da Barra Funda e do Jabaquara

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) planeja construir duas novas rodoviárias na cidade de São Paulo -uma na Vila Sônia (zona oeste) e outra em Itaquera (zona leste)- para tentar reverter a queda de demanda dos ônibus intermunicipais e interestaduais.
O plano da Prefeitura de São Paulo é que cada um dos novos terminais rodoviários tenha entre 15 e 20 plataformas de embarque de passageiros, aproximadamente metade do tamanho do terminal Barra Funda (zona oeste).
O projeto se encontra em fase de contratação. A meta é iniciar a construção até 2011, conforme expôs a gestão Kassab há duas semanas, durante um congresso de transporte em Curitiba.
A Prefeitura de São Paulo alega que, em razão do crescimento da cidade, os três terminais existentes (Tietê, Jabaquara e Barra Funda) ficaram distantes das populações periféricas que realizam viagens mais longas.
A descentralização, portanto, visa incentivar as viagens rodoviárias de ônibus, reduzindo assim os deslocamentos de carro e de avião.

Metrô
Tanto na Vila Sônia como em Itaquera, os novos terminais rodoviários serão integrados a estações do metrô -linhas 4 (amarela) e 3 (vermelha), respectivamente.
A primeira deve receber ônibus vindos da região sul ou da rodovia Raposo Tavares. Atualmente, aqueles que se dirigem a Curitiba, por exemplo, atravessam a malha urbana das zonas sul e oeste de São Paulo depois da saída do terminal Tietê (zona norte).
"O princípio de descentralizar é adequado. Quanto menos os ônibus tiverem que rodar dentro da cidade, melhor para todo mundo", defende Marcos Pimentel Bicalho, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos.
As novas rodoviárias foram inseridas no plano de metas da gestão Gilberto Kassab, cujo mandato acaba em 2012. A prefeitura diz que os custos só serão definidos após a conclusão dos projetos.

Tarifas
O presidente do Setpesp (sindicato das empresas de transporte no Estado), Robson Rodrigues, afirma que, embora seja favorável a novos terminais, os passageiros só serão beneficiados se houver mais flexibilidade na distribuição das linhas de ônibus.
Ele questiona a proibição, por exemplo, para que algum morador da zona norte da cidade que pretenda ir ao litoral sul possa embarcar também no terminal Tietê, e não apenas no Jabaquara.
Rodrigues diz que também concorda com a necessidade de diminuir os preços para atrair mais passageiros. Mas alega que um dos principais impactos do custo ao usuário está na tarifa cobrada para a utilização dos terminais rodoviários -que pode chegar a um terço do valor da passagem, no caso de trajetos mais curtos.
Os atuais terminais rodoviários da cidade de São Paulo são administrados pelo consórcio Prima (composto por Socicam e Termini), que obtiveram do Metrô -a empresa responsável pelas rodoviárias- um contrato de 20 anos, a partir de 1990, aditado por mais 20.
A maior rodoviária da capital paulista é a do Tietê. No ano passado, o terminal registrou uma média diária 59 mil passageiros.
Esse movimento é 60% superior ao do principal aeroporto para viagens domésticas. Congonhas registrou no ano passado cerca de 37 mil passageiros por dia.


Texto Anterior: Nicodemo Sposato Neto (1941-2009): Na busca pelo sossego, o jornalista encontrou sua luta
Próximo Texto: Movimento de ônibus caiu 11% na cidade em 8 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.