LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Agentes da Polícia Federal prenderam no final da manhã de ontem, na ilha de Itaparica (BA), o carpinteiro francês Herve Baudon, 48, acusado de ter sequestrado, na França, sua filha Claire Baudon, de dois anos e oito meses, e fugido para o Brasil.
Separado da polonesa Renata Zimman, 37, o carpinteiro entrou clandestinamente no país por Chuí (RS), no dia 16 de setembro, segundo a polícia.
Em seguida, Baudon foi para Porto Alegre e, depois, embarcou para Salvador. De acordo com informações da PF, o carpinteiro aproveitou uma visita de rotina à filha para sequestrar a criança, que vivia com a mãe.
Procurado pela Interpol, o francês foi localizado na ilha de Itaparica, um tradicional pólo turístico do Estado. Para chegar ao carpinteiro, agentes da Polícia Federal da Bahia contaram com a ajuda da Justiça francesa.
Depois que Renata Zimman prestou queixas relatando o desaparecimento da filha, no início de setembro, e acusando o ex-marido de sequestrá-la, a Justiça francesa autorizou o grampo telefônico de alguns parentes do carpinteiro, cujos nomes foram indicados pela ex-mulher do francês.
Com isso a Justiça da França identificou o número do telefone público, localizado em Itaparica, que Baudon usava para se comunicar com os seus parentes, pelo menos uma vez por semana.
A delegada Rita Sanchez, responsável pela prisão do carpinteiro, disse que logo que identificou a presença do francês na Bahia solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma autorização para prendê-lo. A autorização chegou à PF no último final de semana. Ontem pela manhã, cinco agentes da PF foram até Itaparica e o prenderam dentro da casa que alugou no final de setembro. Ao ser detido, Baudon estava brincando com a filha. Ele não ofereceu resistência.
Em seu depoimento à PF, Baudon negou o sequestro da filha. "Estava passando férias no Brasil", justificou. A delegada Rita Sanchez, porém, contesta a versão do carpinteiro. "Ele entrou clandestinamente no país com a filha", afirmou a delegada.
Na tarde de ontem, a PF entrou em contato com a mãe da criança. À Polícia Federal, Renata disse que iria comprar uma passagem para buscar a sua filha em Salvador. A polícia brasileira aguarda decisão da Justiça para dar início à extradição do carpinteiro francês.


Texto Anterior: Crime no Brooklin: Promotor denuncia hoje os 3 acusados
Próximo Texto: Panorâmica - Imprensa: Corregedoria vai apurar prisão de repórter
Índice