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Eleito diz que não perseguirá petistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa clara tentativa de conter
o desmonte da estrutura administrativa, o prefeito eleito de São
Paulo, José Serra (PSDB), disse
ontem que não perseguirá petistas na prefeitura. Serra chegou a
dizer que, no segundo e terceiro
escalões, fará "um chamado" para
que os bons fiquem. Segundo ele,
"tem caça ao empreguismo, não
às bruxas".
"Não temos complexo de carteirinha. Até gente do PT que está
trabalhando atualmente, se estiver trabalhando bem e quiser ficar, ficará".
Serra disse que, à frente do Ministério da Saúde, "não olhava a
carteirinha de ninguém" e que
contou com petistas no primeiro
escalão. "Na prefeitura, o critério
é capacidade, o critério é honestidade, é dedicação ao serviço público. Se houver gente boa, nós vamos pedir que fique."
Ele ressalvou apenas o primeiro
escalão, em que o cargo é político,
além de administrativo. "No primeiro escalão, não faz sentido".
Mas "de resto, faremos até um
chamado".
O recado é endereçado àqueles
que se alarmaram com declarações de tucanos segundo as quais
o primeiro ato do prefeito seria
demitir ocupantes de cargos comissionados. À época, irritado,
Serra tornou pública a determinação de eleger um único porta-voz
da equipe de transição, o ex-ministro Clóvis Carvalho.
Ontem, Serra nem sequer quis
confirmar se adotará um modelo
de leilão para redução do valor
das dívidas e contratos herdados
da atual gestão. Pelo modelo, já
praticado no governo de Minas,
recebe primeiro o fornecedor que
concordar com o maior abatimento no valor original da dívida.
O prefeito eleito disse que só poderá anunciar as possíveis medidas após a escolha do secretariado. Numa conversa com o governador Geraldo Alckmin e o prefeito eleito de Salvador, João Henrique (PDT), Serra já discutiu a
implantação de bolsa eletrônica
de compra, para baratear serviços
e produtos.
Serra e João Henrique também
conversaram sobre a possibilidade de negociar, com o apoio da
frente nacional de prefeitos, os
critérios de pagamento das dívidas dos municípios. A idéia é buscar uma saída coletiva para um
problema.
A política de transportes urbanos também foi objeto da reunião, da qual participaram o chefe
da Casa Civil do Estado, Arnaldo
Madeira, e o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA). "É
muito importante essa troca de
experiências. E o café já estava no
bule", disse Alckmin.
Depois do encontro, Serra teve
uma conversa reservada com o
governador.
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