São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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ENSINO PRIMÁRIO

Professora é apoiada por metade das mães

Mães se dividem sobre suposto castigo em escola de Nova Odessa

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA ODESSA

A polêmica em torno do suposto castigo aplicado a um aluno de sete anos da escola municipal Salime Abdo, em Nova Odessa (126 km de SP), dividia ontem as mães dos colegas de classe do garoto.
A professora da turma é acusada pela mãe do aluno de tê-lo deixado quatro horas agachado atrás da porta da sala de aula na sexta-feira da semana passada. A professora negou, por meio da prefeitura, ter aplicado o castigo. Ela ficará 30 dias afastada.
Um grupo de mães dos alunos da sala -1ª série- organizou ontem um abaixo-assinado para defender a professora. Até as 16h, 20 das 38 mães haviam aderido.
A criança voltou à escola ontem, teve aula de informática, brincou. O menino disse ter ficado de castigo por não devolver um livro no prazo à biblioteca. "Foi a primeira vez que não devolvi o livro. Ela [professora] costuma deixar outras crianças de castigo também." A mãe do garoto disse ter sido xingada por outras mães.
Em frente à escola, as mães se dividiram em grupos para apoiar ou acusar a professora. "Minha filha, que estuda na mesma sala, disse que não houve castigo. O garoto voltou para se esconder na sala", disse Mara Scavacini.
A dona-de-casa Isabel Carvalho contesta. "É normal as crianças ficarem de castigo todo o recreio".
"A professora mandou que ele saísse por último depois da aula", disse uma colega do garoto.

Inquérito
Ontem, a Polícia Civil de Nova Odessa abriu um inquérito para investigar o incidente. ""Na próxima semana começaremos a ouvir os depoimentos para apurar se houve alguma ilegalidade por parte da professora", disse o delegado Antonio Donizete Braga.
Uma sindicância da Prefeitura também apura o caso. O depoimento da professora deve ser tomado hoje. Se o castigo for constatado, ela deverá ser exonerada.


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