São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002 |
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NARCOTRÁFICO Ele diz conhecer o deputado Pinheiro Landim Juiz Eustáquio Silveira nega ter julgado habeas corpus de traficante
IURI DANTAS Folha - O sr. conhece o deputado Pinheiro Landim (PMDB-CE)? Folha - O sr. conversou com o
seu filho (Igor, funcionário do gabinete de Landim) após a prisão
de Leonardo Dias Mendonça? Silveira - Claro que conversei.
Uma vez ele me procurou e disse
que o deputado o teria incumbido
de arranjar advogados para impetrar habeas corpus em favor desse
Leonardo. Eu falei: "Igor, isso é
tráfico de drogas, é coisa grave.
Não quero saber dessa história". Folha - O sr. alguma vez julgou
um habeas corpus de Mendonça? Silveira - Nunca julguei. Dois habeas corpus tendo como ele impetrante foram distribuídos para
mim. O primeiro em fevereiro de
2000, cuja liminar eu neguei. O
juiz de Água Boa (MT) me comunicou que havia expedido alvará
de soltura em favor dele. Eu julguei prejudicado o processo e
mandei arquivar. Folha - Segundo a PF, o habeas
corpus custaria US$ 150 mil aqui
no TRF... Silveira - Segundo os traficantes.
Será possível que a honra de um
juiz pode ficar manchada pelo
que traficantes disseram entre
eles? Está acontecendo uma situação muito grave porque esse clima todo empareda o Judiciário. O
habeas corpus não condena ou
absolve ninguém. |
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