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ABASTECIMENTO
Justiça suspende construção de represas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça determinou a suspensão por 30 dias do desmatamento
e da inundação dos reservatórios
de Biritiba-Mirim e Paraitinga,
ambos no sistema Alto Tietê, que
atende 2,7 milhões de pessoas na
região leste da Grande São Paulo.
As duas represas são vistas pela
Secretaria de Estado da Energia,
Recursos Hídricos e Saneamento
como estratégicas para assegurar,
a curto prazo, o abastecimento de
água para metade da população
da região metropolitana.
Aumentando a produção de
água do Alto Tietê em 2.300 l/s, o
sistema poderá servir parte dos 9
milhões de usuários do Cantareira, que ainda não se livrou do fantasma do racionamento.
A previsão era que as represas
começassem a ser inundadas neste verão, mas os ministérios públicos Estadual e Federal vêem
problemas na obra e querem que
o Ibama, e não a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, avalie o
seu estudo de impacto ambiental.
Segundo a procuradora da República Rosane Cima Campiotto
e o promotor do Meio Ambiente
de Mogi das Cruzes (Grande SP),
Fernando Henrique de Moraes
Araújo, o licenciamento feito pela
secretaria ignorou a biodiversidade da região, inserida no domínio
da mata atlântica.
Segundo o Ministério Público
Federal, foram destruídos 30% da
área de 9 km2. Lá haveria plantas e
animais ameaçados de extinção
como a imbuia, a canela batalha, a
jaguatirica e a onça-parda.
A Secretaria dos Recursos Hídricos não quis se manifestar ontem, alegando não ter sido oficialmente informada, mas disse que
está cumprindo todas as exigências do licenciamento ambiental.
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