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VESTIBULAR
19% dos 93.948 candidatos não compareceram ao teste de conhecimentos gerais; em 2004, a taxa de ausentes foi de 11%
Prova da Unesp tem abstenção recorde
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
O índice de abstenção na primeira prova do vestibular para
2006 da Unesp (Universidade Estadual Paulista), que aconteceu
ontem, foi o maior nos 26 anos
em que o exame é realizado. No
total, 19% dos 93.948 candidatos
não fizeram a prova de conhecimentos gerais. No ano passado, a
taxa de ausentes foi de 11,3%.
"É um índice espantoso", afirma Fernando Prado, diretor-acadêmico da Vunesp, entidade que
realiza o vestibular. Para ele, o
mais provável é que o aumento
das ausências tenha ocorrido entre os candidatos que conseguiram isenção de taxas de inscrição.
"As isenções de taxa duplicaram. No vestibular passado foram
oferecidas 13.116 gratuidades. Este ano, o total de isentos foi de
25.122. A hipótese mais plausível é
a de que os isentos não tenham
feito o exame", afirma. Mas o número de isentos que não compareceram ao exame só será conhecido quando for feita a leitura óptica das folhas de resposta, no
processo de correção dos exames.
Segundo os organizadores, em
nenhuma das 24 cidades que sediam o processo seletivo houve
qualquer incidente atmosférico
ou anormalidade que pudesse ter
prejudicado os candidatos a chegar aos locais de prova.
Os índices mais altos de ausência ocorreram em Guarulhos (na
Grande São Paulo), com 33,6%
dos candidatos faltantes, e em São
Vicente (no litoral paulista), com
31,7% de abstenção.
"Em Guarulhos, Santo André,
São Paulo e no litoral, os índices
de abstenção são tradicionalmente mais altos. Isso acontece porque, provavelmente, a maior parte dos campi da Unesp estão no
interior", explica Prado. "Mas os
índices subiram até em cidades
onde a abstenção era modesta."
Na capital, vestibulandos que se
atrasaram afirmam que as comemorações da torcida são-paulina
pela conquista do título de tricampeão do Mundial de Clubes
atrapalharam o trânsito.
Os primos Augusto Nisivima,
18, e Carolina Nisivima, 19, candidatos ao curso de medicina, dizem não ter chegado a tempo por
conta da confusão no transporte
coletivo. "Vínhamos do Horto
Florestal (zona norte) para a zona
sul. Lá, os ônibus nem paravam
no ponto porque estavam cheios
de torcedores", conta a jovem.
Isenção
A Vunesp ofereceu taxa de isenção de três maneiras distintas:
18.562 candidatos conseguiram a
gratuidade, pois foram considerados os melhores alunos de suas
escolas públicas; outros 5.165 receberam o benefício pedindo diretamente à organização por critérios econômicos; e 1.393 ficaram
isentos pois estudavam em cursinhos populares da própria universidade.
"A esperança com a maior oferta é aumentar a porcentagem de
alunos de escola pública matriculados na universidade pública",
diz o diretor-presidente da Vunesp, Benedito Antunes.
Mariana Matutino, 17, que cursa o ensino médio em uma escola
pública de São Paulo foi uma das
que receberam isenção por ser
considerada boa aluna e pode engrossar as taxas de abstenção nas
outras duas provas. "Não acho
que vou conseguir passar, porque
não me preparei. Se eu for mal
nessa prova, não virei fazer as outras duas", confessa.
Hoje, a partir das 14h, acontece
a prova de conhecimentos específicos, composta por 25 questões
discursivas que variam conforme
a opção de carreira do candidato.
A Vunesp recomenda que os vestibulandos cheguem ao local da
prova às 13h.
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