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ALCINDO MARTINS DE OLIVEIRA (1924-2008)
Borracha, um craque do Villa Nova
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Seria o caso de Borracha e
Fuinha permanecerem concentrados, se o clube, na época, tivesse uma concentração. Como não tinha, a dupla
considerou que o mais adequado era ir ao baile.
Estavam em véspera de jogo. "O presidente do time foi
até a festa buscá-los e disse:
"Se voltarem, vão se haver comigo'", lembra a filha, Lúcia.
Atacante, Borracha era um
dos craques do mineiro Villa
Nova naquela segunda metade da década de 40. "Naquele
tempo, jogador também trabalhava", conta a única filha.
Assim, Borracha era, fora
de campo, Alcides Martins
de Oliveira, carpinteiro da
antiga mina Morro Velho,
em Nova Lima (MG).
Às 4h, ia treinar. Às 6h, entrava no trabalho. Saía às 16h
e voltava direto para o clube.
Era mais ou menos essa a
rotina de Joãozinho, Madeira e Juca; Vicente, Fuinha e
Eduardo; Ceci, Alfredo Bernardino, Foguete e Milton,
que formavam com Borracha
o Villa Nova daquela época.
Nova Lima, onde viveu toda a vida, surgiu no começo
do século 18 devido ao ouro.
O pai era mineiro, também
da Morro Velho; sua mãe,
empregada doméstica.
Há 23 anos, perdeu a mulher, servente de escola, vítima de um aneurisma. Por
problemas cardíacos, que o
levariam à morte, parou de
jogar. Depois de aposentado,
ainda trabalhou numa empresa de transporte.
"Estava há oito anos de cama, mas nunca reclamou."
No começo do ano, amparado por um médico, recebeu
homenagem do Villa Nova,
sua paixão. Morreu anteontem, aos 84, em Nova Lima.
obituario@grupofolha.com.br
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