São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ALCINDO MARTINS DE OLIVEIRA (1924-2008)

Borracha, um craque do Villa Nova

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Seria o caso de Borracha e Fuinha permanecerem concentrados, se o clube, na época, tivesse uma concentração. Como não tinha, a dupla considerou que o mais adequado era ir ao baile.
Estavam em véspera de jogo. "O presidente do time foi até a festa buscá-los e disse: "Se voltarem, vão se haver comigo'", lembra a filha, Lúcia.
Atacante, Borracha era um dos craques do mineiro Villa Nova naquela segunda metade da década de 40. "Naquele tempo, jogador também trabalhava", conta a única filha.
Assim, Borracha era, fora de campo, Alcides Martins de Oliveira, carpinteiro da antiga mina Morro Velho, em Nova Lima (MG).
Às 4h, ia treinar. Às 6h, entrava no trabalho. Saía às 16h e voltava direto para o clube.
Era mais ou menos essa a rotina de Joãozinho, Madeira e Juca; Vicente, Fuinha e Eduardo; Ceci, Alfredo Bernardino, Foguete e Milton, que formavam com Borracha o Villa Nova daquela época.
Nova Lima, onde viveu toda a vida, surgiu no começo do século 18 devido ao ouro.
O pai era mineiro, também da Morro Velho; sua mãe, empregada doméstica.
Há 23 anos, perdeu a mulher, servente de escola, vítima de um aneurisma. Por problemas cardíacos, que o levariam à morte, parou de jogar. Depois de aposentado, ainda trabalhou numa empresa de transporte.
"Estava há oito anos de cama, mas nunca reclamou."
No começo do ano, amparado por um médico, recebeu homenagem do Villa Nova, sua paixão. Morreu anteontem, aos 84, em Nova Lima.

obituario@grupofolha.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Após mais de 50 dias presa, TJ manda soltar pichadora
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.