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Após mais de 50 dias presa, TJ manda soltar pichadora
Tribunal reconsiderou pedido de habeas corpus feito por Caroline Pivetta da Mota
Garota, que participou de pichação no prédio da Bienal, ficou mais de 50 dias na Penitenciária Feminina de Santana (zona norte)
DIÓGENES MUNIZ
EDITOR DE INFORMÁTICA DA FOLHA
ONLINE
Após mais de 50 dias presa, a
pichadora gaúcha Caroline Pivetta da Mota, 24, teve reconsiderado o seu pedido de habeas
corpus ontem no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Após expedido seu alvará de
soltura, ela poderá responder
ao processo em liberdade.
A previsão é que jovem seja
solta na manhã de hoje. O mérito do habeas corpus, reconsiderado em caráter liminar, ainda
será julgado.
Caroline fazia parte de um
grupo que, no dia 26 de outubro, durante a 28ª Bienal de São
Paulo, pichou as paredes do
chamado "andar vazio" do prédio projetado por Oscar Niemeyer, no parque Ibirapuera. O
grupo de pichadores também
quebrou uma vidraça.
Sua audiência pública está
marcada para 17 de fevereiro de
2009. Serão ouvidas testemunhas de acusação e de defesa,
Ministério Público e também o
taxista Rafael Vieira Camargo
Martins, 27, que faz parte do
grupo Susto's, um dos que promoveram a ação. Martins, que
alega ter apenas seguido o ato
como espectador, responde a
processo em liberdade.
Na denúncia do Ministério
Público do Estado de São Paulo, Caroline é acusada de se associar a "milicianos" com fins
de "destruir as dependências
do prédio". Dependendo do julgamento, ela pode ficar atrás
das grades até 2010.
Caroline ficou presa na Penitenciária Feminina de Santana
(zona norte de São Paulo), de
onde falou com a reportagem
há duas semanas. "A gente não
queria estragar as obras deles
[da Bienal], mesmo porque não
tinha obra [o segundo andar estava vazio]. A obra, ali, nós que
íamos fazer", disse.
Repercussão
Seu caso provocou reações
em todo país. Os ministros
Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e Juca Ferreira (Cultura) apelaram pela liberdade da
jovem, o que repercutiu no governo de São Paulo.
Diversos artistas cobraram a
Fundação Bienal para ajudar a
liberá-la, e um abaixo-assinado
circulou na internet com o
mesmo pedido. Os curadores
da exposição deste ano negaram ter responsabilidade no
caso em artigo publicado anteontem na Folha.
Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebeu pedido de habeas corpus para soltar
Caroline. A pichadora já trocou
de defesa três vezes e teve dois
pedidos de habeas corpus negados. O caso já passou pela
Defensoria Pública do Estado
de São Paulo e agora está com
Augusto de Arruda Botelho, diretor do Instituto de Defesa do
Direito de Defesa, que tenta levar o processo para o STJ.
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