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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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UNICAMP

Projeto, que custará R$ 1,7 mi, será o 1º entre as universidades brasileiras

Criado programa para lixo radioativo

MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) espera implantar ainda neste ano o primeiro programa institucional entre as universidades brasileiras de gerenciamento de resíduos radioativos, químicos e biológicos.
Esses produtos são gerados durante as atividades de ensino, pesquisa e atendimento na área hospitalar da universidade.
Como as demais unidades de ensino superior do país, a Universidade de Campinas vinha, até agora, tratando seus resíduos perigosos de forma isolada. Ou seja, cada instituto ou faculdade produtora de resíduos é responsável pelo gerenciamento próprio, sem um plano global de gestão.
De acordo com o presidente da comissão que montou o planejamento na Unicamp, Fernando Coelho, 46, a proposta ainda depende da aprovação do Consu (Conselho Universitário).
O custo previsto no programa para a construção ou adequação de áreas de armazenamento temporário para os resíduos está avaliado em R$ 1,7 milhão.
"Com a aprovação do conselho [prevista para ocorrer ainda neste semestre", a implantação efetiva deve acontecer até o final do ano. O funcionamento completo deve ocorrer em três anos", afirmou o presidente da Comissão Assessora de Resíduos Biológicos, Químicos e Radioativos.
A comissão foi montada em 2002, após a universidade descobrir que não tinha mais espaço físico para armazenar seus resíduos. Hoje, segundo Coelho, a universidade tem cerca de 80 toneladas de material para serem incineradas, a maior parte de origem em pesquisas químicas.
A Unicamp também produz mensalmente 60 toneladas de material biológico, 10.260 quilos de resíduos químicos, 385 litros de solventes e 973 quilos de sólidos contaminados com radioativos.
Há três anos, um grupo de pesquisadores tenta implantar projeto semelhante ao da Unicamp na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) optou pela parceria com a iniciativa privada para tratar seus resíduos, a princípio os não perigosos. A parceria vai gerar 1.500 quilowatts de energia elétrica com a construção de uma usina verde, que será abastecida com 30 toneladas diárias de resíduos da universidade. Segundo o diretor-presidente da UsinaVerde S.A., Henrique Saraiva, a empresa investirá R$ 8 milhões no projeto.


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