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CONTAS PÚBLICAS
Em um primeiro momento, apenas obras emergenciais serão feitas
Serra congela verba para investimentos em 2005
CONRADO CORSALETTE
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), congelou toda verba destinada aos investimentos
deste ano na cidade. Cerca de R$
1,9 bilhão reservado a novos projetos e obras está barrado no Orçamento de R$ 15,2 bilhões.
Na prática, só obras emergenciais receberão dinheiro dos cofres municipais agora, como a
construção de unidades para a
substituição das chamadas "escolas de latinha". A reforma da ponte Cidade Jardim, na zona sul, por
exemplo, ficará parada, assim como outras obras, até que a administração paulistana tenha mais
"clareza" sobre seu fluxo de caixa.
Projetos que dependem de financiamentos e repasses federais,
como a conclusão do prolongamento da avenida Jacu-Pêssego,
na zona leste, serão tocados de
acordo com o recebimento dos
recursos.
Segundo o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, cerca
de R$ 800 milhões do total de R$
1,9 bilhão previstos para investimentos virão de repasses durante
o ano. Por esse motivo, disse Costa, o primeiro ano da administração não será comprometido.
As áreas de Educação e Saúde,
para as quais há gastos mínimos
definidos pela Constituição, serão
preservadas e devem ter verba liberada, disse o secretário do Planejamento, Francisco Luna.
A medida "conservadora" e
"dura", como definiu Luna, foi tomada porque a nova administração avalia que as receitas para este
ano foram superestimadas.
A ex-prefeita Marta Suplicy
(PT), responsável pela elaboração
do Orçamento de 2005, nega ter
superestimado receitas. Ela sustenta que apenas corrigiu a peça
do ano passado levando em conta
as variações do PIB e da inflação.
Ao todo, R$ 4,8 bilhões -cerca
de 31,5% do Orçamento de 2005
-foram congelados pela administração Serra. O dinheiro poderá ser liberado ao longo do ano,
dependendo do fluxo de receitas
disponíveis no caixa municipal.
Cerca de 40% da verba de custeio da máquina -exceto pessoal- foi contingenciada. São R$
2,3 bilhões de um total previsto de
R$ 5,7 bilhões. Foram estabelecidos limites mensais de gastos nas
secretarias. Qualquer verba extra
terá de ser aprovada previamente
pela Secretaria de Planejamento.
Costa e Luna se recusaram a
mostrar os valores congelados
por secretaria. Alegaram que poderiam criar problemas entre secretários, já que o contingenciamento não foi linear -algumas
pastas tiveram mais verbas retidas do que outras.
A Folha contatou nove das 20
pastas da administração paulistana. Nenhuma delas informou
qual o valor do congelamento a
que foram submetidas.
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