São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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ENSINO FUNDAMENTAL

Pesquisa do Inep em cinco capitais do país mostra preocupação maior com segurança em colégios

Para pais, escola pública é "terra de ninguém"

LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As escolas públicas do país são um espaço de "transgressão e desordem" e viraram "terra de ninguém". Essa é a conclusão da primeira etapa da pesquisa que avalia o que os pais de alunos do ensino fundamental pensam sobre o sistema de educação dos governos federal, estadual e municipal.
A análise foi divulgada ontem pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Segundo Carlos Henrique Araújo, diretor de Avaliação da Educação Básica, apesar de o ensino público "ser visto com bons olhos pela população, quando se pergunta sobre a qualidade, há pouco registro de satisfação".
O relatório afirma que os pais consideram que "existe uma crise da autoridade escolar". A percepção passa pela incapacidade e pelo desestímulo dos professores, pela falta de segurança, pela indisciplina e pelo distanciamento das secretarias de Educação.
"Nessas condições, frustra-se a esperança de que a escola venha a assumir o papel central no processo de socialização e de aprendizado de papéis e normas sociais", diz a pesquisa. De 15 a 17 de dezembro, o Inep ouviu dez grupos de pais de alunos do ensino fundamental de classes entre B e E, em Belém, em Recife, em Brasília, no Rio e em Curitiba.

Insegurança
A pesquisa deu base para um questionário que será aplicado a 10 mil pais até o fim de fevereiro. A partir da análise dos debates se traçou uma percepção sobre o que eles pensam da educação.
A preocupação dos pais em relação à segurança é evidente em toda a pesquisa. Para melhorar a situação, os pais propõem uso de uniformes, a colocação de câmeras e o policiamento do prédio.
"A pesquisa foi realizada em cinco capitais. Em outras localidades, a questão da segurança pode não ser de tanta importância", disse Eliezer Pacheco, presidente do instituto.
Um dado curioso da pesquisa é a importância dada à merendeira, pessoa responsável pelas refeições das crianças, cargo considerado estratégico pelos pais. Por outro lado, há quase um desconhecimento das funções dos coordenadores pedagógicos. A relação de ensino e administração da escola limita-se à visão do diretor e do professor.


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