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Após uma semana de angústia com as buscas, parentes se despedem de vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
"Deus nos preparou para este
momento por uma semana.
Agora estamos prontos para
nos despedir com calma." A
afirmação de Augusta Maria
Carmo Leite, mãe do motorista
Reinaldo Aparecido Leite, 40,
que morreu soterrado na cratera do metrô, resumiu o clima
dos velórios e enterros das vítimas do acidente, realizados ontem em São Paulo e Guarulhos.
Mais do que desesperadas, as
famílias estavam aliviadas por
poderem se despedir de seus
parentes. Reinaldo foi velado e
enterrado no Cemitério Vila
Nova Cachoeirinha, na zona
norte de São Paulo. A família
estava tranqüila.
Ao cumprimentar dezenas
de pessoas que não conhecia,
mas acompanharam o caso,
Augusta repetia que Reinaldo
foi um ótimo filho, um bom trabalhador e um pai dedicado
-ele deixou três filhos. "Ele só
deu orgulho. Deus me emprestou o Reinaldo por 40 anos e
agora o chamou de volta."
No velório do cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, em
Guarulhos, o clima também era
de conformismo. Seu caixão foi
coberto por uma bandeira da
Mancha Verde, torcida da qual
fazia parte. A mulher de Wescley, Thaís Gomes, 20, grávida
de oito meses, não foi ao local.
Como o cobrador será enterrado hoje em Natal e ela faria
parte do grupo de 27 parentes
que embarcariam à 0h10 com o
corpo, os médicos acharam melhor preservá-la.
O velório do funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, foi uma cerimônia reservada. Realizada no cemitério São Pedro, na zona leste,
contou com a presença de cerca
de 80 pessoas. Sua filha de 3
anos não foi levada. O corpo deverá ser cremado hoje.
O governador José Serra e o
prefeito Gilberto Kassab compareceram às três cerimônias.
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