São Paulo, quinta, 20 de fevereiro de 1997.

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VIOLÊNCIA
Desempregado foi morto pela polícia
Homem sobe em telhado, atira e fere 3

do NP e da Reportagem Local

O marceneiro desempregado Joaquim Paulo Fagundes, 30, morreu ontem em troca de tiros com a polícia, depois de balear, de cima de um telhado, três passageiros de um ônibus que passava.
O tiroteio aconteceu na rua General Chagas Santos, no Bosque da Saúde (zona sul), às 7h30.
Segundo moradores da região, que dizem nunca ter visto Fagundes, ele subiu no telhado por volta das 5h.
As testemunhas contam que ele falava ``coisas desconexas''. ``O cara parecia estar alucinado. Devia ter usado droga'', afirmou o motorista Devanir Pelarin, 39.
Duas horas depois, Fagundes começou a atirar a esmo. Uma das balas atingiu a lateral de um ônibus da viação Bristol.
O disparo feriu três passageiros: o açougueiro Conrado Almeida Santana, 54, a aposentada Izaura Bertim Freitas, 59, e o desempregado Jean Carlos Lopes, 23.
No momento do tiro, os passageiros estavam sentados. Foram alvejados nas pernas e nos pés, mas sem gravidade.
Grávida
²Outra bala disparada por Fagundes parou a poucos centímetros do rosto da dentista Ana Cristina Nunes, 31, grávida de três meses. O disparo se alojou na porta do Corsa dela. Uma Elba estacionada também foi alvejada.
Cercado pela Polícia Militar, chamada pela vizinhança, Fagundes começou a disparar novamente.
Os policiais revidaram e acertaram três tiros -um deles no pescoço de Fagundes, que morreu a caminho do Hospital São Paulo.
Apesar de Fagundes já ter cometido um homicídio, em 1992, familiares e colegas de trabalho disseram estar surpresos.
``Era uma pessoa calma, muito trabalhadora, que nunca usou drogas e só matou um cara na vida, mas em legítima defesa. Só estava sumido nos últimos tempos porque ficou desempregado'', disse sua irmã, a dona-de-casa Luzia Fagundes, 34.

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