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ARTIGO
PAS, pioneiro mundial
TUFFIK MATTAR
Na Organização Mundial da
Saúde, da ONU (Organização das
Nações Unidas), em Viena, em
1980, ouvi relatos e observações
de economistas técnicos e de médicos especialistas hospitalares
defendendo as posições dos espaços que ocupam os hospitais na
prestação dos serviços médicos.
Nas reuniões das quais participei, como membro da Comissão
para Estudos dos Problemas dos
Idosos, foi ressaltado que o problema da saúde não depende apenas da qualidade do conhecimento médico. O mundo inteiro está
estudando cientificamente, com
economistas, políticos, médicos e
pesquisadores, a melhor solução
para adaptar a prestação de serviços médicos ao povo e assegurar
verbas permanentes e atualizadas, que acompanhem a velocidade das conquistas científicas.
Nenhum país poderá ficar à
margem. As doenças são um problema de toda a humanidade.
Recentemente, entre 6 e 8 de novembro de 1999, em Pequim, na
China comunista, o Ministério da
Saúde do país fez realizar um encontro internacional que reuniu
economistas técnicos da área da
saúde, para debater uma reforma
científica e econômica na prestação de serviços médicos, visando
assegurar qualidade e possibilidade econômica para todos os países do mundo.
Além da China, representada
por seleto grupo chefiado pelo seu
ministro da Saúde, participaram
da reunião especialistas econômicos e médicos de Harvard, representando a comissão americana,
além de Jeremiah Norris, diretor
da International Healthcare Partners/Washington, DC, do Conselho Atlântico dos EUA.
Os que tiverem o patriotismo,
hoje em dia tão pouco citado, e
alimentarem o princípio cristão
de usar de honestidade para com
o povo brasileiro ficarão por um
lado estarrecidos de vergonha e
por outro orgulhosos de ser brasileiros. O resultado final e as normas adotadas na reunião promovida pelo ministro da Saúde da
China foram no sentido da criação de cooperativas, sendo citada
como iniciativa pioneira a instituição do PAS (Plano de Assistência à Saúde) pela Prefeitura de SP.
Conjugando todos os setores
governamentais, foi apontado como o caminho mais justo para o
povo e para os profissionais da
área médica e o mais eficiente na
prestação de serviços. Os benefícios das cooperativas acarretarão
outros fatores técnicos, estruturais e econômicos que permitirão
atender a evolução do progresso
da ciência e melhorar a qualidade
do atendimento à população.
Os participantes da reunião foram unânimes em apontar os resultados positivos do PAS, admitindo que o princípio está certíssimo, dependendo, porém, de
acompanhamento e apoio em algumas correções, visando aperfeiçoar o sistema de serviços.
Por outro lado, o que fizeram as
lideranças deste país? Sociedade e
segmentos políticos brasileiros,
desde o ministro da Saúde, na
época, contestaram e lutaram
com todas as armas contra o PAS,
indiferentes ao erro e ao crime
que estavam praticando por incompetência sobre o assunto.
Colocaram acima de tudo o interesse pessoal e de grupos, ignorando a realidade oportuna do
acerto técnico, científico e economicamente exequível. Foi necessário que o ministro da Saúde da
China, apoiado por respeitáveis
entidades internacionais, reconhecesse os benefícios do PAS e
proclamasse ao mundo a necessidade das cooperativas médicas.
Aconselho a leitura do trabalho
do ministro da Saúde da China.
Escreva para a embaixada chinesa
ou para o Conselho Atlântico dos
Estados Unidos. A classe médica
não pode ficar na dependência de
interesses de grupos, por vez servindo de adubo político a milagreiros das urnas.
A dependência deve estar ligada
apenas à técnica e à ciência, caso
contrário o grande prejudicado
continuará sendo o povo brasileiro, afogado na miséria, sob o
olhar distante de figurões que se
limitam a discutir vantagens e interesses próprios.
Tuffik Mattar, 78, médico imunologista, é
presidente da Sociedade Paulista de Geriatria.
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