São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2000


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Diretora anima aluno

da Reportagem Local

O contato de estudantes carentes com jovens de outros grupos sociais, que dão mais importância à universidade, pode influenciar no sucesso nos estudos.
Aprovado em física neste ano pela Universidade de São Paulo, Eduardo Izidoro Costa, 26, conta que a palavra "vestibular" não pertencia ao vocabulário de sua turma de escola, no último ano do ensino médio.
"Na escola pública falta apoio coletivo. Meus amigos só queriam o diploma de segundo grau para poder trabalhar nas fábricas", diz. Com a necessidade de trabalhar desde os 14 anos, Costa já foi de office-boy a ajudante de eletricista. Hoje faz bicos como pintor.
Ele afirma que grande parte do seu êxito ao conquistar uma vaga na USP veio do incentivo de alguém de fora da família: a diretora de sua escola, que bancou seus livros. "Não tinha como comprar sequer cadernos. Ela acreditou no meu esforço e isso fez com que eu não desistisse."
Com a licenciatura de física, Costa sonha em ser professor. "Quero representar para os alunos o mesmo que aquela diretora significou para meus estudos."
"A exclusão já começa a se dar antes de o aluno tentar o vestibular. O apoio de um amigo, professor ou conhecido pode ser mais importante até que o papel da família", diz Maria José Braga Viana, autora de estudo sobre o tema.
"O contato de um aluno pobre com outros estudantes que têm em seus planos entrar na universidade contribui para seu sucesso e motivação", afirma a antropóloga Yvonne Maggie.


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