|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diretora anima aluno
da Reportagem Local
O contato de estudantes carentes com jovens de outros grupos
sociais, que dão mais importância
à universidade, pode influenciar
no sucesso nos estudos.
Aprovado em física neste ano
pela Universidade de São Paulo,
Eduardo Izidoro Costa, 26, conta
que a palavra "vestibular" não
pertencia ao vocabulário de sua
turma de escola, no último ano do
ensino médio.
"Na escola pública falta apoio
coletivo. Meus amigos só queriam
o diploma de segundo grau para
poder trabalhar nas fábricas", diz.
Com a necessidade de trabalhar
desde os 14 anos, Costa já foi de
office-boy a ajudante de eletricista. Hoje faz bicos como pintor.
Ele afirma que grande parte do
seu êxito ao conquistar uma vaga
na USP veio do incentivo de alguém de fora da família: a diretora de sua escola, que bancou seus
livros. "Não tinha como comprar
sequer cadernos. Ela acreditou no
meu esforço e isso fez com que eu
não desistisse."
Com a licenciatura de física,
Costa sonha em ser professor.
"Quero representar para os alunos o mesmo que aquela diretora
significou para meus estudos."
"A exclusão já começa a se dar
antes de o aluno tentar o vestibular. O apoio de um amigo, professor ou conhecido pode ser mais
importante até que o papel da família", diz Maria José Braga Viana, autora de estudo sobre o tema.
"O contato de um aluno pobre
com outros estudantes que têm
em seus planos entrar na universidade contribui para seu sucesso
e motivação", afirma a antropóloga Yvonne Maggie.
Texto Anterior: Educação: Estudante carente sofre com adaptação Próximo Texto: Desigualdade social está nos cursos Índice
|