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Para especialistas, fiscalização garante transparência
da Agência Folha
A ação de fiscais do Legislativo
coloca em oposição especialistas
em discorrer sobre democracia e
cidadania e os responsáveis por
vigiar o uso do bem público e zelar pela defesa do cidadão.
Segundo José Renato de Campos Araújo, doutor em ciências
políticas pela Unicamp, os movimentos exagerados podem "descambar para a contestação das
próprias instituições".
Ele cita como exemplo os adesivos que contêm a mensagem "Tenho vergonha dos vereadores de
São Paulo". Para Araújo, o discurso transmite a idéia de que todos
os vereadores são corruptos.
Apesar disso, ele vê um ponto
positivo na atuação desses grupos. "O trabalho desses cidadãos
pode tornar mais transparente e
ético o processo legislativo para
os eleitores", afirmou.
Jairo Nicolau, doutor em ciências políticas do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, disse que a função desses
movimentos é ser "um canal de
comunicação" entre o Legislativo
e o eleitor.
Saad Mazloum, promotor de
Justiça da Cidadania de São Paulo, considera positiva a ação dos
fiscalizadores. "Tomara que grupos sejam criados para esse exercício de cidadania." Ele acha ainda que a vigilância deveria ser ampliada para outras áreas.
Mas o promotor critica o critério de análise poder ser feito por
meio de notas. "Os princípios de
apreciação são sempre subjetivos." Segundo ele, o empenho de
entidades torna mais eficiente o
trabalho do Ministério Público,
que tem entre as funções fiscalizar
o Legislativo e o Executivo.
O advogado e promotor aposentado Antonio Vitorino dos
Santos, que deu assessoria jurídica para a formação da entidade de
Barretos, disse que a fiscalização
do Legislativo pelos cidadãos é
"salutar", mas ressalva que o Ministério Público é que deveria ter
mais poder e liberdade de ação
para executar essa tarefa.
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