São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2002

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Polícia Federal prendeu Cara Seca em Vitória da Conquista (BA); ele é acusado de ter atirado contra Celso Dabiel (PT)

Preso suspeito do assassinato de prefeito

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal prendeu na tarde de anteontem, em Vitória da Conquista, na Bahia, mais um suspeito de ter participado do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).
Andrelissom dos Santos Oliveira, 23, o Cara Seca, foi apontado por um adolescente da favela Pantanal (zona sul de São Paulo) -que teria participado do sequestro- como um dos autores dos disparos contra o prefeito.
Cara Seca é um dos cinco integrantes do grupo que seria chefiado por Itamar Messias Silva dos Santos. Todos estão com prisão temporária decretada.
Além de Itamar e Cara Seca, estão com prisão decretada Juscelino da Costa Barros, o Cara de Gato, Mauro Sérgio Santos de Souza, o Serginho, e Rodolfo Rodrigues dos Santos Oliveira.
Todos seriam ladrões de carros e suspeitos de envolvimento no sequestro e morte de Celso Daniel, segundo a Polícia Civil.
Os cinco foram acusados por duas pessoas da favela Pantanal, que já estão presas: o adolescente K., 17, e o aposentado Manoel Dantas Santana Filho, o Cabeção. Na favela, a polícia achou, no início do mês, um bar que teria sido usado como cativeiro de Daniel.
K., segundo a polícia, estaria na Blazer que perseguiu a Pajero onde estavam o prefeito e o empresário Sérgio Gomes da Silva. Cabeção conheceria os mandantes, mas nega participação.
Cara Seca foi preso na casa de sua sogra por dois delegados da Polícia Federal e um investigador, que no mesmo dia o levaram para a carceragem da PF em Ilhéus (BA). Ontem, foi transferido para São Paulo, onde chegou às 22h. Segundo os policiais, ele não tem passagem pela polícia.
Para o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que acompanha as investigações como representante do PT, a prisão de Cara Seca "é o começo do fim". "Há indícios veementes de participação dele" [Cara Seca, no assassinato".

Novos depoimentos
Após 32 dias, o inquérito do caso já conta com mais de 200 páginas. Sete retratos falados foram feitos, três suspeitos foram detidos e 97 testemunhas ouvidas.
Ontem, três pessoas prestaram depoimento no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Duas não tiveram as identidades reveladas.
A outra pessoa que depôs ontem foi Ronan Maria Pinto, sócio de Sérgio Gomes da Silva, empresário que estava junto com Celso Daniel no momento do sequestro.
Durante uma hora e meia, segundo Adriano Salle Vanni, advogado de Pinto, o empresário teria sido questionado sobre os negócios que possui com Gomes da Silva, sobre serviços prestados por suas empresas à Prefeitura de Santo André e se ele mantinha algum contato com Celso Daniel.
O advogado negou que Ronan Maria Pinto tivesse qualquer relacionamento pessoal com o prefeito e disse que as declarações do empresário em nada ajudaram a esclarecer o inquérito sobre o assassinato. "Com relação à morte de Daniel, não vejo como meu cliente pode ajudar. Ele não sabe de nada", afirmou.


Colaborou o "Agora"


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