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Total de mortes no Estado já supera o de 2001
DA SUCURSAL DO RIO
A Prefeitura do Rio não está
conseguindo atender a todos os
pedidos de erradicação de focos
do Aedes aegypti feitos pela população por meio do Disque-Dengue, o que está contribuindo
para o alastramento do mosquito.
Enquanto isso, o número de
óbitos em consequência da dengue no Estado, em menos de dois
meses, já chega a 13, superando os
12 casos registrados em 2001.
Ontem, a prefeitura confirmou
mais duas mortes -uma moradora de Ipanema (zona sul), de 81
anos, e outra residente do Rocha
(zona norte), de 87 anos- ocorridas na cidade, elevando para dez
as vítimas da dengue na capital.
Segundo o novo balanço, são
9.264 casos notificados, dos quais
217 do tipo hemorrágico.
Segundo Oscar Berro, superintendente estadual de saúde e presidente do Noel Nutels, instituto
responsável pelos diagnósticos, o
número de mortos, entretanto,
pode ser ainda maior. "Até ontem
[anteontem", a secretaria estadual
estava investigando a morte de 16
pessoas, suspeitas de terem sido
causadas pela dengue."
Apesar da parceria firmada entre a prefeitura e a Comlurb
(Companhia de Limpeza Urbana), criando o Disque-Dengue para atender a todos os pedidos de
eliminação de focos do mosquito,
grande parte dos pedidos estão
deixando de ser atendidos.
O Disque-Dengue opera com 45
funcionários que trabalham 24
horas por dia se revezando em
quatro turnos. Sua função é registrar as chamadas e repassar as informações à Secretaria de Saúde
para que os agentes possam visitar as residências.
O serviço, entretanto, ficou sobrecarregado e não consegue
atender à demanda da epidemia.
Segundo a secretaria, os funcionários estão recebendo, em média, 1.200 ligações por dia, muito
acima das 60 chamadas diárias do
ano passado. Só em janeiro, foram registrados 15.436 pedidos
-no total, foram 22.021 em 2001.
A secretaria alega que já aumentou o número de funcionários, de
35 para 45, mas admite que ainda
é insuficiente. Ao todo, 2.600 pessoas trabalham no combate à
dengue na cidade -1.800 agentes
da prefeitura e da Fundação Nacional de Saúde que já atuavam na
capital e 800 que foram deslocados de outros Estados.
Além da falta de pessoal, a eliminação dos focos também é dificultada pelo grande número de
prédios e casas fechados ou abandonados na cidade, locais onde os
agentes ficam impedidos de entrar. Estudo da prefeitura revelou
que, para cada sete domicílios
com moradores, existe um vazio.
Nos próximos dias, o Estado vai
receber a ajuda de mil homens do
Exército e da Marinha que vão
atuar como "mata-mosquitos".
Uma parcela deles também vai ser
treinada para diagnosticar a
doença. O objetivo é desafogar o
instituto Noel Nutels que recebe,
em média, 3.000 amostras por dia.
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