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Discriminação exclui do convívio
DA REPORTAGEM LOCAL
Um efeito imediato da violência
moral é a exclusão da pessoa do
grupo a que ela pertence.
O garoto R., 11, enfrentou essa
discriminação aos 4 anos na escola em que estudava, em Santos.
Segundo a sua mãe, a advogada
C.S., ele virou o "sombra" nas
brincadeiras. Não participava, só
ia atrás. Na presença de estranhos, ficava duro, tenso e mudo.
"Vinha uma criança falar com ele,
chegava outra e dizia: "Não precisa falar com ele, porque é um menino sem língua. Então, ele virou
um menino sem língua."
A mãe o levou a uma fonoaudióloga, que não constatou nenhum problema. C. mudou R. de
escola, e, logo no segundo dia, ele
voltou a falar. Em uma semana,
estava integrado à nova turma.
Outro caso foi o de H., 12, em
uma escola municipal na Vila Sônia (zona oeste de São Paulo). Ele
tinha 7 anos na época e estava na
2ª série do ensino fundamental.
Segundo C.M, sua mãe, o menino era ridicularizado por ter um
problema de fonoaudiologia (não
conseguia falar direito). Ele também apanhou dos colegas e foi ferido com um golpe de lápis nas
costas dentro da classe.
Para a mãe, houve omissão da
escola. A Secretaria Municipal da
Educação diz que os pais do aluno
agressor foram chamados para
esclarecimentos. H. hoje está numa classe especial de uma escola
estadual. Segundo a mãe, não sofre mais discriminação, mas sente
vergonha por estar atrasado em
relação à sua idade.
(APF)
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