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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Discriminação exclui do convívio

DA REPORTAGEM LOCAL

Um efeito imediato da violência moral é a exclusão da pessoa do grupo a que ela pertence.
O garoto R., 11, enfrentou essa discriminação aos 4 anos na escola em que estudava, em Santos.
Segundo a sua mãe, a advogada C.S., ele virou o "sombra" nas brincadeiras. Não participava, só ia atrás. Na presença de estranhos, ficava duro, tenso e mudo. "Vinha uma criança falar com ele, chegava outra e dizia: "Não precisa falar com ele, porque é um menino sem língua. Então, ele virou um menino sem língua."
A mãe o levou a uma fonoaudióloga, que não constatou nenhum problema. C. mudou R. de escola, e, logo no segundo dia, ele voltou a falar. Em uma semana, estava integrado à nova turma.
Outro caso foi o de H., 12, em uma escola municipal na Vila Sônia (zona oeste de São Paulo). Ele tinha 7 anos na época e estava na 2ª série do ensino fundamental.
Segundo C.M, sua mãe, o menino era ridicularizado por ter um problema de fonoaudiologia (não conseguia falar direito). Ele também apanhou dos colegas e foi ferido com um golpe de lápis nas costas dentro da classe.
Para a mãe, houve omissão da escola. A Secretaria Municipal da Educação diz que os pais do aluno agressor foram chamados para esclarecimentos. H. hoje está numa classe especial de uma escola estadual. Segundo a mãe, não sofre mais discriminação, mas sente vergonha por estar atrasado em relação à sua idade. (APF)


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