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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Capão Redondo é exceção

Queda é maior em bairro com programa social

DA REPORTAGEM LOCAL

Usando os dados do Pro-Aim e uma projeção da população, baseada no Censo de 2000, a Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade chegou à conclusão de que, de uma forma geral, nos 50 distritos em que a prefeitura, desde 2001, desenvolve seus programas sociais, a diminuição do número de moradores assassinados foi maior que nos 46 distritos em que a intervenção municipal ainda não ocorre.
Entre a população atendida, o índice de homicídios caiu de 65,3 pessoas para cada 100 mil, em 2001, para 58,3 por 100 mil no ano passado (10,7% a menos). Entre os paulistanos não atendidos, embora os índices já sejam menores, a queda foi de 7,7% -os assassinatos passaram de 29,8 para cada 100 mil moradores para 27,5 por 100 mil pessoas.
Não é possível, porém, fazer uma relação de causa e efeito entre a existência dos programas e a menor violência contra a pessoa porque há contra-exemplos importantes, como o caso do Capão Redondo (leia texto na pág. C5) e outros 18 distritos cujos moradores estão sendo mais assassinados, mesmo tendo a assistência do Renda Mínima, Bolsa Trabalho e Começar de Novo.
Segundo o secretário do Trabalho, Marcio Pochmann, um grupo intersecretarial, capitaneado pela Secretaria da Segurança Urbana, vai investigar as razões para o crescimento dos assassinatos. Ele avalia, entretanto, que esse fato não significa que os programas sociais falharam. "O objetivo não era atacar a violência. A redução nos homicídios foi um efeito colateral benéfico", sustentou.
Um dos critérios adotados pelo município para a escolha dos distritos prioritários para os programas foram os índices de violência.
Pochmann defende que as iniciativas do poder público tiveram sua contribuição no menor número de mortes, mas diz ser impossível precisar qual o peso delas no resultado final. "A constatação [da influência dos programas sociais" foi empírica, mas está claro que a melhor forma de combater a violência e a criminalidade são políticas públicas de inclusão", disse o coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB, João José Sady. (MV)


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