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Capão Redondo é exceção
Queda é maior em bairro com programa social
DA REPORTAGEM LOCAL
Usando os dados do Pro-Aim e
uma projeção da população, baseada no Censo de 2000, a Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade chegou à conclusão de que, de uma forma geral, nos 50 distritos em que a prefeitura, desde 2001, desenvolve
seus programas sociais, a diminuição do número de moradores
assassinados foi maior que nos 46
distritos em que a intervenção
municipal ainda não ocorre.
Entre a população atendida, o
índice de homicídios caiu de 65,3
pessoas para cada 100 mil, em
2001, para 58,3 por 100 mil no ano
passado (10,7% a menos). Entre
os paulistanos não atendidos, embora os índices já sejam menores,
a queda foi de 7,7% -os assassinatos passaram de 29,8 para cada
100 mil moradores para 27,5 por
100 mil pessoas.
Não é possível, porém, fazer
uma relação de causa e efeito entre a existência dos programas e a
menor violência contra a pessoa
porque há contra-exemplos importantes, como o caso do Capão
Redondo (leia texto na pág. C5) e
outros 18 distritos cujos moradores estão sendo mais assassinados, mesmo tendo a assistência
do Renda Mínima, Bolsa Trabalho e Começar de Novo.
Segundo o secretário do Trabalho, Marcio Pochmann, um grupo intersecretarial, capitaneado
pela Secretaria da Segurança Urbana, vai investigar as razões para
o crescimento dos assassinatos.
Ele avalia, entretanto, que esse fato não significa que os programas
sociais falharam. "O objetivo não
era atacar a violência. A redução
nos homicídios foi um efeito colateral benéfico", sustentou.
Um dos critérios adotados pelo
município para a escolha dos distritos prioritários para os programas foram os índices de violência.
Pochmann defende que as iniciativas do poder público tiveram
sua contribuição no menor número de mortes, mas diz ser impossível precisar qual o peso delas
no resultado final. "A constatação
[da influência dos programas sociais" foi empírica, mas está claro
que a melhor forma de combater
a violência e a criminalidade são
políticas públicas de inclusão",
disse o coordenador da Comissão
de Direitos Humanos da OAB,
João José Sady.
(MV)
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