São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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MISTÉRIO

Animais tinham problemas de saúde e lesões, mas não está descartada a intoxicação por veneno; 40 policiais investigam caso

Zoológico de SP registra mais nove mortes

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais nove animais do Zoológico de São Paulo foram encontrados mortos desde a última segunda-feira. Segundo a Fundação Zoológico, exames identificaram doenças e lesões, mas não está descartado o envenenamento. Outros 13 animais foram encontrados mortos desde o dia 24 de janeiro, mas, nesses casos, já foram identificados índices de intoxicação por veneno.
As últimas nove mortes -dois macacos, um mico-leão dourado, um flamingo, quatro porcos-espinhos e um dromedário- foram confirmadas ontem pela assessoria da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e pela direção do Zoológico.
Os animais começaram a ser encontrados a partir de segunda-feira, segundo a secretaria. De acordo com o órgão, peritos já coletaram materiais nos locais onde os animais viviam. Exames para verificar se eles também foram vítimas de envenenamento ainda serão realizados.
Segundo a bióloga Fátima Valente Roberti, responsável pela alimentação dos animais do zôo, a necropsia dos bichos indicou outras possíveis causas de morte.
O flamingo teria morrido de gota (inflamação de articulações), os macacos de senilidade, o mico por causa de uma infecção.
Os porcos-espinhos morreram depois de uma briga, afirmou Roberti. Já o dromedário passava por tratamento porque tinha problemas ósseos e mancava.
A polícia ainda espera laudos do IC (Instituto de Criminalística) sobre as primeiras mortes. O delegado Clóvis Ferreira de Araújo, chefe da unidade de inteligência do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), informou, antes da confirmação da morte dos nove animais, que não descarta erro no manuseio de produtos químicos -uma desratização desastrosa, por exemplo- ou a ocorrência de crime doloso (com intenção).
Cerca de 40 policiais, divididos em dois grupos, trabalham na investigação, segundo Araújo. O primeiro grupo busca informações técnicas sobre produtos químicos. O segundo investiga a possibilidade de crime intencional. Doze pessoas foram ouvidas até agora, mas ainda não há nenhum suspeito, disse o delegado.
O promotor de Justiça Carlos Alberto de Salles afirmou que soube, ontem, durante a visita ao zoológico, que haviam ocorrido "algumas" mortes desde a última segunda-feira, mas que, a princípio, elas não haviam sido causadas por envenenamento.
"O que eles nos expuseram é que, num zoológico de 4.000 animais, é normal que morram animais semanalmente."


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