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MISTÉRIO
Animais tinham problemas de saúde e lesões, mas não está descartada a intoxicação por veneno; 40 policiais investigam caso
Zoológico de SP registra mais nove mortes
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais nove animais do Zoológico de São Paulo foram encontrados mortos desde a última segunda-feira. Segundo a Fundação
Zoológico, exames identificaram
doenças e lesões, mas não está
descartado o envenenamento.
Outros 13 animais foram encontrados mortos desde o dia 24 de
janeiro, mas, nesses casos, já foram identificados índices de intoxicação por veneno.
As últimas nove mortes -dois
macacos, um mico-leão dourado,
um flamingo, quatro porcos-espinhos e um dromedário- foram
confirmadas ontem pela assessoria da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e pela direção
do Zoológico.
Os animais começaram a ser encontrados a partir de segunda-feira, segundo a secretaria. De acordo com o órgão, peritos já coletaram materiais nos locais onde os
animais viviam. Exames para verificar se eles também foram vítimas de envenenamento ainda serão realizados.
Segundo a bióloga Fátima Valente Roberti, responsável pela
alimentação dos animais do zôo,
a necropsia dos bichos indicou
outras possíveis causas de morte.
O flamingo teria morrido de gota (inflamação de articulações), os
macacos de senilidade, o mico
por causa de uma infecção.
Os porcos-espinhos morreram
depois de uma briga, afirmou Roberti. Já o dromedário passava
por tratamento porque tinha problemas ósseos e mancava.
A polícia ainda espera laudos do
IC (Instituto de Criminalística)
sobre as primeiras mortes. O delegado Clóvis Ferreira de Araújo,
chefe da unidade de inteligência
do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), informou, antes da confirmação da
morte dos nove animais, que não
descarta erro no manuseio de
produtos químicos -uma desratização desastrosa, por exemplo- ou a ocorrência de crime
doloso (com intenção).
Cerca de 40 policiais, divididos
em dois grupos, trabalham na investigação, segundo Araújo. O
primeiro grupo busca informações técnicas sobre produtos químicos. O segundo investiga a possibilidade de crime intencional.
Doze pessoas foram ouvidas até
agora, mas ainda não há nenhum
suspeito, disse o delegado.
O promotor de Justiça Carlos
Alberto de Salles afirmou que
soube, ontem, durante a visita ao
zoológico, que haviam ocorrido
"algumas" mortes desde a última
segunda-feira, mas que, a princípio, elas não haviam sido causadas por envenenamento.
"O que eles nos expuseram é
que, num zoológico de 4.000 animais, é normal que morram animais semanalmente."
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