São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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AMBIENTE

Óleo cru atingiu rio Grande

Vazamento deixa praia de Guaecá imprópria

MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Cetesb (agência ambiental paulista) considerou a praia de Guaecá imprópria para banho por causa do vazamento de óleo cru que atingiu anteontem o rio Grande, que desemboca no local, em São Sebastião (litoral norte de SP). Amostras de água coletadas na praia anteontem apontaram a presença de uma pequena quantidade de óleo e graxa.
Segundo a Defesa Civil do município, o trabalho de remoção deve durar cerca de dez dias. A Cetesb informou que foram retirados 835 mil litros de água misturada com óleo do rio Grande.
O técnico da Cetesb João Carlos Molanelli disse que uma mancha de óleo foi localizada em uma gruta próxima à praia de Guaecá, o que pode indicar que o produto atingiu outros pontos da região.
No entanto, a Cetesb informou que não há riscos de outras praias da região serem atingidas pelo óleo e que a interdição para banho tem caráter preventivo, uma vez que, até as 16h de ontem, não havia sinais de poluição no mar.
O rompimento de um oleoduto que liga o Tebar (Terminal Marítimo Almirante Barroso), em São Sebastião, à refinaria em Cubatão, litoral sul, causou o vazamento.
Segundo João Carlos Leite, gerente do Tebar, uma falha na solda da tubulação é a principal hipótese para a causa do acidente, mas uma possível falha na fabricação do duto é apurada. A Petrobras ainda não divulgou a quantidade de óleo que vazou, mas informou ter localizado ontem o ponto exato do vazamento.
A Cetesb informou que prepara laudo sobre o acidente e só depois de concluí-lo poderá ser calculada a multa a ser aplicada contra a Petrobras. Os danos ambientais ainda não foram calculados.
Não foi confirmada a mortandade de peixes no rio. Foram utilizados 16 caminhões-tanque para retirar a água contaminada.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de São Sebastião, Emerson Alonso, até ontem cerca de 70% do produto havia sido retirado do rio. Grande parte do trabalho, segundo a Petrobras, será concluída até amanhã de manhã.
As equipes que trabalham na contenção e na retirada do produto montaram sete barreiras ao longo do rio Grande para impedir que o óleo chegasse ao mar. As barreiras servem também para evitar que o óleo atinja outros mananciais. Um dique foi construído para evitar que, caso chova forte, o volume de água cresça e faça o óleo ultrapassar as bóias.


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