São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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Filme em cartaz no Brasil discute apressar a morte

MARTINE SILBER
DO ""LE MONDE", EM MADRI

Apesar do sucesso que vem tendo o filme espanhol ""Mar Adentro", que já está em cartaz no Brasil, a discussão sobre a eutanásia não avançou muito na Espanha, tanto assim que o governo atual já declarou não ver a questão como prioritária.
A vida e, sobretudo, a morte de Ramon Sampedro são conhecidas de todos os espanhóis, graças a sua luta pelo direito à eutanásia. Tetraplégico em função de um acidente que sofreu em 23 de agosto de 1968, quando tinha 25 anos, Sampedro, nos últimos anos de sua vida -e até sua morte, 29 anos depois- foi visto como símbolo do direito a uma morte digna.
Em julho de 1995 ele moveu uma ação judicial pedindo que seu médico fosse autorizado a ""lhe administrar as substâncias necessárias para pôr fim a sua vida, sem incorrer em demandas judiciais". O tribunal rejeitou seu pedido, e ele apelou contra a decisão.
Ramon Sampedro se suicidou em 12 de janeiro de 1998, ""com a ajuda de uma ou várias pessoas" desconhecidas, contra as quais foi aberto um processo penal. Seus amigos sempre afirmaram que 12 deles participaram desse suicídio -11 tinham a chave de sua última residência-, mas Ramona Maneiro foi a única a ser presa. Semanas atrás, Maneiro admitiu que, seguindo as instruções de Sampedro, deu a ele o cianeto e o copo de água.

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