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Filme em cartaz no Brasil discute apressar a morte
MARTINE SILBER
DO ""LE MONDE", EM MADRI
Apesar do sucesso que
vem tendo o filme espanhol
""Mar Adentro", que já está
em cartaz no Brasil, a discussão sobre a eutanásia não
avançou muito na Espanha,
tanto assim que o governo
atual já declarou não ver a
questão como prioritária.
A vida e, sobretudo, a morte de Ramon Sampedro são
conhecidas de todos os espanhóis, graças a sua luta pelo
direito à eutanásia. Tetraplégico em função de um acidente que sofreu em 23 de
agosto de 1968, quando tinha 25 anos, Sampedro, nos
últimos anos de sua vida -e
até sua morte, 29 anos depois- foi visto como símbolo do direito a uma morte
digna.
Em julho de 1995 ele moveu uma ação judicial pedindo que seu médico fosse autorizado a ""lhe administrar
as substâncias necessárias
para pôr fim a sua vida, sem
incorrer em demandas judiciais". O tribunal rejeitou
seu pedido, e ele apelou contra a decisão.
Ramon Sampedro se suicidou em 12 de janeiro de
1998, ""com a ajuda de uma
ou várias pessoas" desconhecidas, contra as quais foi
aberto um processo penal.
Seus amigos sempre afirmaram que 12 deles participaram desse suicídio -11 tinham a chave de sua última
residência-, mas Ramona
Maneiro foi a única a ser presa. Semanas atrás, Maneiro
admitiu que, seguindo as
instruções de Sampedro,
deu a ele o cianeto e o copo
de água.
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