DA REPORTAGEM LOCAL

Sem estudar ou trabalhar, Alexania Schild, 17, classifica o atual momento de sua vida como um "grande tédio". Além de navegar na internet em casa, ela ocupa as longas horas livres indo a shoppings e parques com amigos -cerca de vinte vivem a mesma situação que ela. "Muita gente não passa no vestibular de uma universidade boa, como os pais querem, e fica um tempo parado, pensando no que fazer."
Alexania passou no vestibular de duas universidades particulares, mas decidiu não cursar nenhuma pois não sabia que carreira seguir. Tentou, então, entrar no mercado de trabalho, mas recebeu como resposta que não tinha idade suficiente. "Em abril, faço 18 e espero que tudo fique mais fácil. Em casa, rola aquela cobrança quando a gente fica sem fazer nada", conta. Sua única atividade, por enquanto, é como voluntária na igreja que freqüenta.
Jaciara Santos da Silva, 23, também não trabalha nem estuda, mas quer sair desta situação. Ela largou os estudos em sua cidade natal, no interior do Pernambuco, para acompanhar o marido, que conseguiu emprego em São Paulo. Há um mês na capital, a jovem, que se preparava para ser professora, começou a procurar emprego como atendente de telemarketing, vendedora e recepcionista.
"Passo o dia todo em casa. Quero voltar a estudar e trabalhar. Estou mandando currículos mas ninguém me chama porque não terminei o segundo grau e não tenho experiência."


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