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LUCIANO DE SOUZA MARQUES (1922-2010)
As obrigações com a medicina e a casinha para a filha
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na maior parte do tempo,
Luciano de Souza Marques
estava dentro de hospitais.
Quando conseguia ficar em
casa, dedicava-se à família ou
à marcenaria, seu hobby.
Adorava trabalhos manuais, fazia consertos gerais
aqui e ali e, certa vez, construiu uma casinha de boneca
para a filha Heloísa, hoje educadora e dona de escola.
Havia, porém, a obrigação
profissional, que às vezes lhe
causava discordâncias com a
mulher, Alice, que o queria
em casa. Luciano, filho de
imigrantes portugueses, era
médico anestesista pela USP.
A profissão foi sua grande
paixão, como conta a filha.
Trabalhou para médicos particulares, num hospital em
Campos do Jordão (SP) voltado ao tratamento da tuberculose e, principalmente, para
os hospitais das Clínicas e do
Servidor Público, em SP.
Junto com a mulher -Alice
foi uma das primeiras mulheres formadas em direito pela
USP, mas não exerceu a profissão-, ele também se dedicou ao trabalho beneficente
numa associação.
Gostava de cantar para os
netos -sempre entoava o hit
"Trem das Onze", de Adoniran Barbosa- e viajar com a
mulher para a praia ou para o
sítio que tinham no Paraná.
Há uns 15 anos, teve um
problema de saúde que lhe
roubou a visão, e foi forçado a
se afastar do trabalho.
A mulher morreu há três
anos; Luciano, na sexta, aos
87, devido a uma pneumonia.
Deixa filha e dois netos. A
missa de sétimo dia será hoje,
às 12h, na igreja N. Sra. do
Perpétuo Socorro, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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