São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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VIOLÊNCIA
Ação visa diminuir índices de violência no final de semana, tirando armas de circulação; alvos são locais cheios
PM faz arrastão noturno na periferia

da Reportagem Local

A Polícia Militar iniciou ontem uma megaoperação noturna para conter o avanço dos índices de criminalidade nas regiões periféricas de São Paulo no final de semana.
A ação, ordenada pelo secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, consiste em concentrar o efetivo das forças táticas nas regiões mais afastadas da cidade, visando apreender armas e drogas em locais de grande aglomeração de pessoas. Na região central será mantido apenas o policiamento territorial básico.
Os principais focos dos PMs são os bailes e bares das zonas sul e leste, que tradicionalmente lideram os índices de homicídios registrados nos finais de semana.
"Faremos revistas para retirar armas de circulação e fiscalizaremos locais suspeitos", disse o tenente-coronel Leopoldo Augusto Corrêa Filho, chefe da 5ª Seção do Estado-Maior da PM. "Nos bares, ficaremos atentos à presença de adolescentes e de pessoas alcoolizadas. Os índices mostram que 41% dos homicídios são movidos pelo alcoolismo."
O efetivo que integrará a operação foi mantido em sigilo, mas a Folha apurou que devem participar das blitze policiais do Corpo de Bombeiros, da Polícia Florestal, do Canil, da Cavalaria, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito), da Polícia Rodoviária e do CPChoque (Comando de Policiamento de Choque), além dos homens administrativos das regiões afetadas.
Alguns policiais que estavam de folga foram convocados a cumprir expediente, e oficiais que estavam em cursos externos (preparatórios para promoção, por exemplo) foram obrigados a se reapresentar ontem para a ação.
As blitze começaram às 21h de ontem e deveriam terminar às 3h de hoje. Elas se repetem hoje e amanhã, no mesmo horário.

Recorde
O recorde de homicídios da cidade de São Paulo foi registrado no final de semana anterior ao Carnaval, quando 80 pessoas foram assassinadas entre as 20h de sexta-feira e as 8h de segunda.
A marca é a maior registrada desde que a secretaria começou a mensurar os assassinatos nos fins-de-semana, em fevereiro de 1996.
O recorde deste ano havia sido registrado no último final de semana de janeiro, quando 60 pessoas foram assassinadas na cidade.
Até então, o recorde histórico era de 69 homicídios, registrados entre 18 e 21 de dezembro.
A área da Delegacia Seccional de Santo Amaro (zona sul) foi a mais violenta, com 23 assassinatos, seguida por São Mateus (zona leste), que teve 14 homicídios.
(SÍLVIA CORRÊA)


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