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Roubo e furto crescem mais na periferia
da Reportagem Local
Apesar de ainda concentrar o
maior número de crimes contra o
patrimônio (roubos e furtos), a região central da cidade de São Paulo
tem assistido a uma desaceleração
do crescimento desses índices, em
um processo inverso ao que vem
ocorrendo na periferia da cidade.
Os cálculos foram feitos com base nas estatísticas da própria Secretaria da Segurança Pública.
Se comparado o número de roubos registrados no centro expandido em fevereiro de 95 (primeira
vez que o governo produziu uma
mapa da criminalidade por distritos) com os índices de outubro
passado (última estatística atualizada), nota-se que os assaltos aumentaram de 1.299 para 2.400
-um crescimento de 84%.
A reportagem considerou como
centro expandido a região delimitada pelos seguintes distritos policiais: Lapa, Pinheiros, Itaim Bibi,
Paraíso, Vila Clementino, Ipiranga, Mooca, Belém, Pari, Bom Retiro e Perdizes.
No balanço geral da Grande São
Paulo, no entanto, o número de
roubo aumentou 127%, se compararmos os dados de fevereiro de 95
com os índices de outubro de 98
-o que indica um crescimento
proporcional superior nas regiões
periféricas. Os números absolutos
dos meses em questão são 5.277 e
12.020, respectivamente.
O mesmo acontece com o número de furtos. Na região central, ele
aumentou 25% na comparação entre fevereiro de 95 e outubro de 98
-passou de 3.318 para 4.175.
O índice da região metropolitana, porém, o salto foi de 49%
-9.069 há quatro anos, contra
13.516 há quatro meses. Mais uma
vez apontando para um crescimento percentual maior na periferia de São Paulo.
A constatação confirma o que
disse anteontem à Folha o comandante-geral da PM, coronel Rui
César Melo. Segundo Melo, o policiamento ostensivo pode conter o
avanço da criminalidade no curto
prazo, mas não impedirá que os índices continuem crescendo.
Ele admitiu que nos últimos anos
a polícia tem priorizado o centro
da cidade, "porque as maiores
preocupações sociais, até então,
apontavam para os trombadinhas
e a região da cracolândia".
Hoje, porém, com a aceleração
de todos os tipos de crimes na periferia -sobretudo de homicídios-, a PM deve reforçar sua
ação nessa área. Como o efetivo é
fixo, o deslocamento da tropa pode afetar os resultados conseguidos no centro.
(SÍLVIA CORRÊA)
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