São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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Roubo e furto crescem mais na periferia

da Reportagem Local

Apesar de ainda concentrar o maior número de crimes contra o patrimônio (roubos e furtos), a região central da cidade de São Paulo tem assistido a uma desaceleração do crescimento desses índices, em um processo inverso ao que vem ocorrendo na periferia da cidade.
Os cálculos foram feitos com base nas estatísticas da própria Secretaria da Segurança Pública.
Se comparado o número de roubos registrados no centro expandido em fevereiro de 95 (primeira vez que o governo produziu uma mapa da criminalidade por distritos) com os índices de outubro passado (última estatística atualizada), nota-se que os assaltos aumentaram de 1.299 para 2.400 -um crescimento de 84%.
A reportagem considerou como centro expandido a região delimitada pelos seguintes distritos policiais: Lapa, Pinheiros, Itaim Bibi, Paraíso, Vila Clementino, Ipiranga, Mooca, Belém, Pari, Bom Retiro e Perdizes.
No balanço geral da Grande São Paulo, no entanto, o número de roubo aumentou 127%, se compararmos os dados de fevereiro de 95 com os índices de outubro de 98 -o que indica um crescimento proporcional superior nas regiões periféricas. Os números absolutos dos meses em questão são 5.277 e 12.020, respectivamente.
O mesmo acontece com o número de furtos. Na região central, ele aumentou 25% na comparação entre fevereiro de 95 e outubro de 98 -passou de 3.318 para 4.175.
O índice da região metropolitana, porém, o salto foi de 49% -9.069 há quatro anos, contra 13.516 há quatro meses. Mais uma vez apontando para um crescimento percentual maior na periferia de São Paulo.
A constatação confirma o que disse anteontem à Folha o comandante-geral da PM, coronel Rui César Melo. Segundo Melo, o policiamento ostensivo pode conter o avanço da criminalidade no curto prazo, mas não impedirá que os índices continuem crescendo.
Ele admitiu que nos últimos anos a polícia tem priorizado o centro da cidade, "porque as maiores preocupações sociais, até então, apontavam para os trombadinhas e a região da cracolândia".
Hoje, porém, com a aceleração de todos os tipos de crimes na periferia -sobretudo de homicídios-, a PM deve reforçar sua ação nessa área. Como o efetivo é fixo, o deslocamento da tropa pode afetar os resultados conseguidos no centro. (SÍLVIA CORRÊA)

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