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PLANTÃO MÉDICO
O problema está na educação
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
O problema em relação à pílula
do dia seguinte a contracepção de
emergência não está em usar ou
não este recurso.
A questão atual é um problema
de educação em saúde: como
orientar as mulheres, principalmente as adolescentes, nas suas
indicações e contra-indicações.
A contracepção de emergência é
considerada pelos especialistas segura, efetiva e, como método,
pouco dispendioso para prevenir
uma gravidez não planejada.
Na Inglaterra, apesar de os estudantes estarem conscientes sobre
gravidez não desejada, o conhecimento sobre o emprego da contracepção de emergência é mínimo,
como referem Anna Graham e colaboradores em relatório publicado na revista "British Medical
Journal".
No Brasil, pesquisa sobre o conhecimento da contracepção entre mulheres, realizada por Ximena Espejo e colaboradores e publicada na Revista de Saúde Pública,
da Faculdade de Saúde Pública da
USP (Universidade de São Paulo),
concluiu sobre a
"necessidade de
maiores investimentos na educação das mulheres de modo geral e,
especificamente, quanto à contracepção".
Em estudo sobre as adolescentes
de escolas públicas, de 1664 com
iniciação sexual, gravidez foi relatada por 18% das moças. Maria da
Conceição Chagas de Almeida e
colaboradores, autores do estudo,
destacam na Revista de Saúde Pública a necessidade de programas
educativos sobre contraceptivos
para as adolescentes brasileiras.
Finalmente, como para todo e
qualquer tratamento, é sempre
conveniente a orientação e supervisão de um médico. Apesar de raros, há relatos de risco de tromboembolismo (coagulação do sangue nas veias) e gravidez ectópica
(desenvolvimento do feto fora do
útero), após o uso da contracepção de emergência.
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