São Paulo, domingo, 20 de março de 2005

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PLANTÃO MÉDICO

O problema está na educação

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

O problema em relação à pílula do dia seguinte a contracepção de emergência não está em usar ou não este recurso.
A questão atual é um problema de educação em saúde: como orientar as mulheres, principalmente as adolescentes, nas suas indicações e contra-indicações.
A contracepção de emergência é considerada pelos especialistas segura, efetiva e, como método, pouco dispendioso para prevenir uma gravidez não planejada.
Na Inglaterra, apesar de os estudantes estarem conscientes sobre gravidez não desejada, o conhecimento sobre o emprego da contracepção de emergência é mínimo, como referem Anna Graham e colaboradores em relatório publicado na revista "British Medical Journal".
No Brasil, pesquisa sobre o conhecimento da contracepção entre mulheres, realizada por Ximena Espejo e colaboradores e publicada na Revista de Saúde Pública, da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), concluiu sobre a "necessidade de maiores investimentos na educação das mulheres de modo geral e, especificamente, quanto à contracepção".
Em estudo sobre as adolescentes de escolas públicas, de 1664 com iniciação sexual, gravidez foi relatada por 18% das moças. Maria da Conceição Chagas de Almeida e colaboradores, autores do estudo, destacam na Revista de Saúde Pública a necessidade de programas educativos sobre contraceptivos para as adolescentes brasileiras.
Finalmente, como para todo e qualquer tratamento, é sempre conveniente a orientação e supervisão de um médico. Apesar de raros, há relatos de risco de tromboembolismo (coagulação do sangue nas veias) e gravidez ectópica (desenvolvimento do feto fora do útero), após o uso da contracepção de emergência.


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