São Paulo, domingo, 20 de março de 2005

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PASSEI POR ISSO

Chega uma hora em que a cabeça "pifa"

"Minha sogra tem 83 anos e há seis sofre de Alzheimer. Por um período tentamos tratar a doença em casa, mas chegou um momento em que já não dava mais. Ela não respondia mais aos medicamentos, passou a ter comportamento agressivo e deixou de reconhecer algumas pessoas.
Por mais que tivéssemos boa vontade para cuidar dela, chega uma hora em que a nossa cabeça pifa. O estresse e a falta de conhecimento sobre a doença foram fundamentais para decidirmos colocá-la em um asilo.
Não foi fácil. Meu marido estava muito abalado, e pesquisei muito para ter certeza de que estávamos tomando a decisão correta. Entendemos que o asilo seria melhor para ela -que teria um tratamento mais adequado- e para nós, que também estávamos sofrendo.
No começo, foi complicado. Ela estranhou o lugar, teve noites de sono muito agitadas. Isso preocupou meu marido, mas mantivemos a decisão porque não sabíamos mais como cuidar dela. Hoje, ela não reconhece mais o filho.
Aliás, ela não reconhece mais ninguém da família. Mas, nós pensamos que a partir do momento em que ela não reconhecia mais ninguém, não importa onde ela está. O que importa é que esteja sendo bem tratada.
Passamos a freqüentar o grupo de cuidadores do Alzheimer para entender melhor a doença. É muito bom porque conhecemos famílias que estão na mesma situação. Depois que a colocamos em um asilo, voltamos a ter uma vida normal."


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