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PASSEI POR ISSO
Chega uma hora em que a cabeça "pifa"
"Minha sogra tem 83
anos e há seis sofre de Alzheimer. Por um período
tentamos tratar a doença em casa, mas chegou
um momento em que já
não dava mais. Ela não respondia mais aos medicamentos,
passou a ter comportamento
agressivo e deixou de reconhecer algumas pessoas.
Por mais que tivéssemos boa
vontade para cuidar dela, chega
uma hora em que a nossa cabeça pifa. O estresse e a falta de conhecimento sobre a doença foram fundamentais para decidirmos colocá-la em um asilo.
Não foi fácil. Meu marido estava muito abalado, e pesquisei
muito para ter certeza de que
estávamos tomando a decisão
correta. Entendemos que o asilo
seria melhor para ela -que teria um tratamento mais adequado- e para nós, que também estávamos sofrendo.
No começo, foi complicado.
Ela estranhou o lugar, teve noites de sono muito agitadas. Isso
preocupou meu marido, mas
mantivemos a decisão porque
não sabíamos mais como cuidar
dela. Hoje, ela não reconhece
mais o filho.
Aliás, ela não reconhece mais
ninguém da família. Mas, nós
pensamos que a partir do momento em que ela não reconhecia mais ninguém, não importa
onde ela está. O que importa é
que esteja sendo bem tratada.
Passamos a freqüentar o grupo de cuidadores do Alzheimer
para entender melhor a doença.
É muito bom porque conhecemos famílias que estão na mesma situação. Depois que a colocamos em um asilo, voltamos a
ter uma vida normal."
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