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Hospital Brigadeiro cancela cirurgias, dizem pacientes
Uma das afetadas pela medida faria a segunda de uma série de plásticas reparadoras
Médicos dizem que só souberam da transferência de atendimentos para outras unidades da rede por meio do "Diário Oficial"
BRUNO RIBEIRO
DO "AGORA"
Pacientes do Hospital Estadual Brigadeiro, no Jardim
Paulista (zona oeste), reclamam do cancelamento de consultas e de cirurgias até para
quem já estava em tratamento.
É o caso da inspetora escolar
Lígia Soares Araújo, 43, que
precisa continuar uma série de
cirurgias decorrentes de uma
redução do estômago. Ela diz
que fez uma cirurgia na perna
esquerda em setembro e que
continuou com o atendimento
até janeiro, quando foi marcada
uma nova intervenção.
Lígia conta que em 18 de fevereiro, data marcada para a internação, chegou ao hospital
com exames pré-operatórios
pagos por conta e mochila na
mão, mas foi informada de que
as cirurgias estavam suspensas.
Ela voltou ontem, seguindo a
orientação dos funcionários,
mas não conseguiu marcar nova data. "Foram muito cordiais
[os médicos], mas mandaram
eu ficar telefonando todo dia
até conseguir uma posição."
O auxiliar de pedreiro Eduardo Tadeu Rosa, 19, também teve a cirurgia desmarcada ontem. O procedimento estava
marcado havia um mês.
O rapaz teve uma infecção na
orelha há três anos, após tentar
colocar um brinco. A inflamação se transformou em uma
massa que vai da ponta da orelha até o queixo.
A operação de ontem seria a
segunda do rapaz, morador de
Ilha Comprida (207 km de SP).
Ele foi orientado a procurar por
uma vaga no Hospital Estadual
do Mandaqui (zona norte).
O problema começou em janeiro, segundo pacientes e médicos, com a suspensão da marcação de novas consultas. No
começo deste mês, foi cancelado o agendamento de retornos.
Pacientes e médicos dizem
que o atendimento de plásticas
-havia 17 leitos reservados-
será transferido para o Hospital Estadual do Mandaqui, mas
que, por enquanto, não há
agendamento.
Médicos dizem que souberam da mudança pelo "Diário
Oficial". Eles se queixam de não
haver uma definição para que
os pacientes sejam corretamente orientados.
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