São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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Hospital Brigadeiro cancela cirurgias, dizem pacientes

Uma das afetadas pela medida faria a segunda de uma série de plásticas reparadoras

Médicos dizem que só souberam da transferência de atendimentos para outras unidades da rede por meio do "Diário Oficial"

BRUNO RIBEIRO
DO "AGORA"

Pacientes do Hospital Estadual Brigadeiro, no Jardim Paulista (zona oeste), reclamam do cancelamento de consultas e de cirurgias até para quem já estava em tratamento.
É o caso da inspetora escolar Lígia Soares Araújo, 43, que precisa continuar uma série de cirurgias decorrentes de uma redução do estômago. Ela diz que fez uma cirurgia na perna esquerda em setembro e que continuou com o atendimento até janeiro, quando foi marcada uma nova intervenção.
Lígia conta que em 18 de fevereiro, data marcada para a internação, chegou ao hospital com exames pré-operatórios pagos por conta e mochila na mão, mas foi informada de que as cirurgias estavam suspensas. Ela voltou ontem, seguindo a orientação dos funcionários, mas não conseguiu marcar nova data. "Foram muito cordiais [os médicos], mas mandaram eu ficar telefonando todo dia até conseguir uma posição."
O auxiliar de pedreiro Eduardo Tadeu Rosa, 19, também teve a cirurgia desmarcada ontem. O procedimento estava marcado havia um mês.
O rapaz teve uma infecção na orelha há três anos, após tentar colocar um brinco. A inflamação se transformou em uma massa que vai da ponta da orelha até o queixo.
A operação de ontem seria a segunda do rapaz, morador de Ilha Comprida (207 km de SP). Ele foi orientado a procurar por uma vaga no Hospital Estadual do Mandaqui (zona norte).
O problema começou em janeiro, segundo pacientes e médicos, com a suspensão da marcação de novas consultas. No começo deste mês, foi cancelado o agendamento de retornos.
Pacientes e médicos dizem que o atendimento de plásticas -havia 17 leitos reservados- será transferido para o Hospital Estadual do Mandaqui, mas que, por enquanto, não há agendamento.
Médicos dizem que souberam da mudança pelo "Diário Oficial". Eles se queixam de não haver uma definição para que os pacientes sejam corretamente orientados.


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