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Alvo de reclamações de vizinhos, casa de swing na zona sul de SP é interditada
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vem mais pra frente, mete
esse malotão aqui na porta.
Agora acabou de vez", disse o
fiscal da Subprefeitura de Pinheiros que comandava o fechamento com blocos de concreto da casa de swing Shadows, na área da Berrini (zona sul de SP), ontem à tarde.
Desde a inauguração, em
agosto passado, a boate -que
promovia troca de casais e
oferecia cabines e sofás para
que, à vista de todos, os clientes adiantassem por ali o que
fariam na cama- gerava reclamações dos vizinhos.
As queixas eram de barulho
na madrugada, algazarra na
rua, circulação de mulheres
seminuas nas calçadas e concentração inédita de prostitutas nas redondezas. Para o
dono, Paulo Cesário Jacomossi, os protestos têm fundo moralista. A confusão foi
parar na polícia, virou inquérito civil no Ministério Público e rendeu processo administrativo por falta de alvará.
Nos bate-bocas com a vizinhança, a boate, que fica na
av. Padre Antônio José dos
Santos, foi apedrejada, e uma
cliente foi ferida na testa.
Registrada na Junta Comercial como "bar noturno,
choperia e lanchonete", a casa já havia recebido duas multas, no total de R$ 7.152. Ontem, foi dada uma terceira
multa, de R$ 10.062.
A casa de swing também já
fora interditada pelo Psiu, o
Programa de Silêncio Urbano
da prefeitura, em 19 de fevereiro, quando foi multada em
R$ 27 mil. Segundo a subprefeitura, a boate desrespeitou
a interdição e continuou a
funcionar ilegalmente.
"Já providenciei os meios
legais para reabrir a boate.
São coisas que acontecem",
afirmou o dono da Shadows.
"Somos mais de mil moradores que vínhamos sofrendo
com o problema da casa de
swing", disse o engenheiro
Walter Furlan, vizinho de
muro. "Foi um alívio. Havia
sete meses que causavam
transtornos. Não importa o
que faziam lá dentro, o problema era o barulho e a baderna", afirmou o economista
Cláudio Chagas.
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