São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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Góticos invadem cemitérios todas as noites

da Reportagem Local

Os cemitérios de São Paulo enfrentam problemas com invasões de grupos de jovens góticos todas as noites, mas violações de túmulos são extremamente raras, segundo o assessor de imprensa do Serviço Funerário do Município de São Paulo, Carlos Gilberto Alves, que também é pesquisador da história dos cemitérios paulistas.
"Registramos uma ou duas violações por ano em todos os cemitérios", disse Alves. Ele acredita que os cinco jovens presos ontem não sejam góticos.
"Os góticos não costumam abrir os túmulos. Eles vão para conversar ou beber. Mas isso não significa que não dêem trabalho para os vigilantes. É um terror", disse.
Segundo Alves, é proibido entrar em cemitérios após as 18h. "Essa norma é definida pelo ato 326 de 1932."
O problema para fiscalizar é grande, pois, juntos, os 22 cemitérios de São Paulo têm 3,5 milhões de m2.
Cinco desses cemitérios -Araçá, Santana, Quarta Parada, Consolação e Santo Amaro- são do século passado. "Há obras de arte de valor inestimável nesses cemitérios", afirma Alves.
Entre os cemitérios históricos, o do Araçá é o maior, com 222 mil m2. "Quando foi inaugurado, em 1897, esqueceram de contratar coveiros", disse o assessor.
Enquanto os nobres e seus descendentes eram enterrados no cemitério da Consolação -como a marquesa de Santos, por exemplo-, no Araçá eram enterrados imigrantes italianos que enriqueceram no Brasil.



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