KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

A Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas (Susam) solicitou ontem apoio do Laboratório Evandro Chagas, de Belém (PA), para investigar as mortes de 13 crianças durante tratamento no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), entre os meses de março e abril.
O Icam presta atendimento público e é considerado hospital de referência na região Norte. Os pesquisadores do Evandro Chagas devem chegar à cidade de Manaus após o feriado da Páscoa.
Os pais das crianças, muitas recém-nascidas, suspeitam que as mortes ocorreram devido a uma infecção hospitalar na unidade. A Susam descarta essa possibilidade e mantém a UTI funcionando.
"Vamos ver se há ou não a existência de uma infecção hospitalar dentro da UTI", disse o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato Guimarães. "Houve um pico de mortes no mês de março que está sendo estudado."
Também foram instaladas duas comissões de revisão de prontuários para averiguação das mortes.
O Icam está localizado na zona norte de Manaus e atende para internações cerca de 360 crianças por mês. O levantamento da Susam mostra uma situação preocupante na UTI do Icam.
Em janeiro, das 24 crianças internadas, 15 morreram. No mês seguinte, foram 17 internações para 11 mortes. Em março das 15 internadas, 10 morreram. Neste mês, 8 bebês foram internados, sendo que 3 morreram.
A maioria dos pacientes apresentavam quadro de pneumonia com septicemia (processo infeccioso generalizado).
A Unidade de Urgência da Unimed de Manaus, que mantém um Centro de Terapia Intensiva (CTI) Pediátrica particular, não registrou nenhuma morte de janeiro a abril entre as 17 internações.


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