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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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Ação reforça tese de intervenção

DA SUCURSAL DO RIO

A demonstração de força do bando de traficantes que ocupou durante duas horas a refinaria de Manguinhos e conseguiu fugir, sem baixas, do cerco policial, ocorre no momento em que o governo federal discute internamente alguma forma de intervenção na polícia do Rio.
O governo Lula avalia que as medidas de segurança adotadas pela governadora Rosinha Garotinho (PSB) não estão sendo suficientes para impedir a escalada de violência no Estado.
A intenção do governo, segundo a Folha informou sexta-feira, é federalizar o comando da polícia do Estado por um prazo determinado. O governo considera que o combate ao crime organizado e ao narcotráfico exige o controle federal das polícias Civil e Militar do Rio. Ao reagir à notícia de que a União estuda até a possibilidade de uma intervenção no Estado, o secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, disse anteontem que "não há nada que justifique" a medida extrema.
Ao longo dos quatro primeiros meses do governo de Rosinha Garotinho, os comandos do tráfico fizeram dezenas de ações públicas de terror e de demonstração de força em bairros do Rio e nos principais municípios do Grande Rio. Só em fevereiro, ao longo de três dias seguidos, três pessoas morreram e 19 ficaram feridas, inclusive três policiais. Foram depredados 58 veículos e atacados dois supermercados.
Em março foram atacados o hotel Méridien, em Copacabana, um shopping center e mais carros e ônibus. No início deste mês, mais dois dias seguidos de terror com o saldo de dois mortos, nove ônibus incendiados e dois shoppings atacados. No dia 14, o hotel Glória foi atingido por tiros de fuzil. E anteontem os traficantes ocuparam por duas horas a única refinaria privada do Rio, Manguinhos.

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