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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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URBANISMO

Em dois anos, a meta é trocar 80% das luzes da cidade por lâmpadas de vapor de sódio, que economiza mais energia

Dinheiro chega, e São Paulo ganha nova iluminação

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova iluminação da praça da Sé, inaugurada no dia 2, tornou mais claro o espaço no centro de São Paulo e revelou uma pequena parte do plano do Departamento de Iluminação Pública da prefeitura, o Ilume.
Segundo o diretor do departamento, Aurélio Pavão de Farias, a meta é, em dois anos, trocar cerca de 80% das 525 mil lâmpadas da cidade, iluminar 40 mil pontos de escuridão da periferia e realçar prédios históricos do centro e avenidas como a Paulista.
O problema é que até este mês havia muita idéia e pouco recurso. O que havia disponível foi usado em projetos pontuais, como o da Sé e o da avenida dos Bandeirantes, na zona sul. Nos próximos dois meses, porém, a situação se inverterá. Verba de três fontes diferentes começa a chegar aos cofres do Ilume a partir de maio.
A primeira fonte de recursos será a do Projeto Reluz -linha de financiamento da Eletrobrás para prefeituras, cujo objetivo é a troca de todas as lâmpadas de vapor de mercúrio usadas nas vias públicas por outras de sódio, que iluminam mais e economizam energia.
Há dois anos, a prefeitura negocia a liberação de R$ 151 milhões, o suficiente para trocar 420 mil lâmpadas. O financiamento, no entanto, é realizado por intermédio da concessionária de energia que atua no município. Como a prefeitura deve R$ 400 milhões à Eletropaulo, a assinatura do convênio só saiu agora após um acerto da dívida, em outubro passado. Com isso, a expectativa é que a verba seja liberada em maio.
O outro recurso esperado pelo Ilume é o da mais nova taxa criada pela prefeitura, a da iluminação pública -que deverá começar a ser cobrada em junho. A previsão de arrecadação, feita em janeiro, era de R$ 167,5 milhões neste ano. Imóveis residenciais pagarão R$ 3,50 por mês, e não-residenciais, R$ 11.
Segundo Farias, esse dinheiro servirá para a manutenção e modernização do sistema, além de ajudar a iluminar os 40 mil pontos de escuridão da periferia.
A terceira fonte de recursos é o financiamento aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a prefeitura paulistana revitalizar o centro histórico. O convênio deverá ser assinado em maio, com liberação de parte da verba de US$ 180 milhões (R$ 540 milhões).
De acordo com Farias, a iluminação pública ficaria com cerca de R$ 11 milhões desse monte. Isso seria suficiente para trocar 3.000 lâmpadas do centro e instalar iluminação cênica em prédios e em espaços especiais como o vale do Anhangabaú.
"A iluminação está ligada à segurança pública, à melhoria do potencial turístico, ao embelezamento e à qualidade de vida", diz.

Clima histórico
Deixar o centro de São Paulo amarelado, tom predominante da lâmpada de vapor de sódio, ressalta o clima histórico da região. Mas nem todos os espaços da cidade ficam mais valorizados pela lâmpada, que hoje é adotada em larga escala por prefeituras de várias cidades brasileiras.
Segundo o diretor do Ilume, o vapor de sódio traz inúmeras vantagens, mas a identificação das cores nas regiões iluminadas com essas lâmpadas fica prejudicado.
"As de sódio têm apenas essa desvantagem, que é quase imperceptível", diz. As vantagens, segundo Farias, são ganho em 50% de luminosidade e economia de 30% no consumo de energia.
Para se ter uma idéia, a luminária da avenida Paulista, em formato de trevo, tem 16 lâmpadas de 400 watts de vapor de mercúrio. Quando forem trocadas, serão necessárias apenas duas lâmpadas de 600 watts de vapor de sódio para obter efeito melhor.
A troca das 956 lâmpadas de vapor de mercúrio da avenida dos Bandeirantes (zona sul) por 468 de sódio levou a um ganho de 56% de luminosidade e economia de 50% no consumo de energia -o equivalente a R$ 120 mil por ano aos cofres públicos.

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