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HABITAÇÃO
Entidades que promoveram as ocupações de ontem também apoiaram candidatos do PT nas últimas eleições
Grupos são ligados à CUT e à Igreja Católica
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de se declararem apartidárias, as quatro entidades que
organizaram as ocupações de ontem são ligadas a grupos de esquerda, como a CUT ( Central
Única dos Trabalhadores).
A CMP (Central dos Movimentos Populares), aliás, é a "irmã-pobre" da CUT, na definição de
sua presidente, Maria das Graças
Xavier, 38. Ela ressalva que o
membro que decidir se lançar
candidato por algum partido deve, antes, se desvincular da CMP.
Mas, nas demais entidades, o
apoio a alguns candidatos é declarado. Segundo Antonio José de
Araújo, coordenador-executivo
do Movimento Nacional de Luta
por Moradia (MNLM), nas últimas eleições o grupo apoiou Luiz
Inácio Lula da Silva e, no âmbito
estadual, o deputado Ítalo Cardoso, presidente do PT paulistano.
"Nós apoiamos o programa do
governo por achar que é mais
comprometido com as nossas reivindicações, mas nem por isso
achamos que tudo que eles fazem
é certo", disse Araújo.
A deputada estadual Ana Martins (PC do B - SP) já foi presidente da Federação Estadual das Associações Comunitárias de São
Paulo, ligada à Conam. O cargo
também já foi ocupado por Wander Geraldo da Silva, atual presidente da Conam.
Grande parte dos grupos que
promoveram as ocupações na
madrugada de anteontem para
ontem está filiada à UNMP, cujo
surgimento está ligado à ação das
CEBs (Comunidades Eclesiais de
Base), da Igreja Católica. A principal fonte de financiamento, aliás,
vem de entidades ligadas à Igreja
Católica.
Segundo a presidente da Central dos Movimentos Populares,
as contribuições para o movimento de habitação não são fixas
-dependem das "necessidades
da luta".
A proximidade que entidades ligadas à Igreja Católica mantém
com o movimento de moradia
tem sua razão de ser: assim como
acontece no caso do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra, muitas das principais lideranças dos sem-teto provêm dos
seminários católicos, ou de movimentos apoiados firmemente pela Igreja, como as pastorais da
Terra ou da Favela.
Além da igreja, a UNMP conta,
como fonte de financiamento,
com as contribuições das organizações que lhe são filiadas, segundo o critério da proporcionalidade. Assim, uma entidade com até
300 sócios contribui com 25% de
salário mínimo por mês. De 300 a
500, paga meio salário mínimo.
Entidades com mais de 500 associados contribuem com 75% do
salário mínimo.
Considerando que a seção paulista da UNMP tem cerca de 200
entidades filiadas, e que todas paguem a cota média, a arrecadação
resulta em R$ 24 mil diretamente
provenientes "da base".
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