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ENSINO
Ministro diz que não haverá polêmica com Estados
Tarso ameniza crítica de Lula a ciclos e nega imposição de modelo
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Educação, Tarso
Genro, abrandou ontem o tom
das críticas do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao sistema de
ciclos.
"O que o presidente colocou foi
a grande preocupação que o governo federal tem com a qualidade da educação. Ele não quer enquadrar os Estados neste ou naquele sistema de ensino, mas criar
uma parceria com eles e desenvolver um modelo nacional de
avaliação do ensino básico, que
não será determinado de forma
arbitrária pelo MEC e que pode
acolher experiências de sucesso
na área", disse Tarso.
Lula chegou a classificar o sistema como "erro histórico", criticando indiretamente o governo
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), que incentivou os
Estados a adotarem os ciclos.
"Há três sistemas hoje no Brasil:
o de ciclos, o de progressão continuada e o de séries. E cada Estado
tem autonomia para decidir qual
deles utilizar", afirmou o ministro. "Não vamos estabelecer nenhuma polêmica com os Estados
sobre o sistema que eles estão
aplicando."
De acordo com Cláudia Fernandes, professora da PUC-RJ, especialista em ciclos, "a declaração
do ministro é equivocada". "Progressão continuada é a não-repetência e o sistema de ciclos é uma
organização da escolarização, não
em séries, mas em ciclos de dois,
três ou quatro anos. Os ciclos
pressupõem um sistema de avaliação que contemple a progressão continuada", explicou. "É
preciso um esclarecimento maior
sobre os sistemas de ensino. O debate ocorre de forma confusa."
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