São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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ENSINO

Ministro diz que não haverá polêmica com Estados

Tarso ameniza crítica de Lula a ciclos e nega imposição de modelo

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Educação, Tarso Genro, abrandou ontem o tom das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sistema de ciclos.
"O que o presidente colocou foi a grande preocupação que o governo federal tem com a qualidade da educação. Ele não quer enquadrar os Estados neste ou naquele sistema de ensino, mas criar uma parceria com eles e desenvolver um modelo nacional de avaliação do ensino básico, que não será determinado de forma arbitrária pelo MEC e que pode acolher experiências de sucesso na área", disse Tarso.
Lula chegou a classificar o sistema como "erro histórico", criticando indiretamente o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que incentivou os Estados a adotarem os ciclos.
"Há três sistemas hoje no Brasil: o de ciclos, o de progressão continuada e o de séries. E cada Estado tem autonomia para decidir qual deles utilizar", afirmou o ministro. "Não vamos estabelecer nenhuma polêmica com os Estados sobre o sistema que eles estão aplicando."
De acordo com Cláudia Fernandes, professora da PUC-RJ, especialista em ciclos, "a declaração do ministro é equivocada". "Progressão continuada é a não-repetência e o sistema de ciclos é uma organização da escolarização, não em séries, mas em ciclos de dois, três ou quatro anos. Os ciclos pressupõem um sistema de avaliação que contemple a progressão continuada", explicou. "É preciso um esclarecimento maior sobre os sistemas de ensino. O debate ocorre de forma confusa."


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