São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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MORTE EM PERDIZES

Inquérito não foi concluído e faltam laudos

Polícia pede prorrogação da prisão de jovem suspeito de matar o pai

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia pediu ontem a prorrogação do prazo da prisão temporária do universitário Gil Grecco Rugai, 21, suspeito de matar o pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e a mulher dele, Alessandra, 33. Os primeiros 15 dias de prisão decretados pela Justiça vencem à meia-noite de hoje.
A promotora de Justiça Mildred Gonzalez Campi encaminha também hoje um parecer favorável à prorrogação. Segundo o delegado Rodolfo Chiarelli Júnior, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o inquérito não foi concluído nem foi pedida a prisão preventiva (até o julgamento) porque a polícia espera laudos e informações sobre dados bancários e telefônicos de Rugai, Gil e pessoas próximas.
Foi pedida a quebra de sigilo bancário da Referência Filmes, empresa de Luiz Carlos Rugai, para saber se houve o desfalque que ele teria relatado ao seu instrutor de vôo, Alberto Bazaia Neto, quatro dias antes do crime.
Segundo Bazaia Neto, Rugai teria dito que Gil estaria desviando dinheiro. O jovem teria negado inicialmente a fraude durante um jantar, mas horas depois teria confessado o desvio. Gil teria afirmado que essa foi a maneira que encontrou para prejudicar o pai.
Rugai teria dito ao filho para dar um jeito de devolver o dinheiro senão iria comunicar a polícia, segundo relato do instrutor. "Se necessário, iria colocá-lo [o Gil] atrás das grades", teria dito Rugai.
Um dos advogados de Gil, Fernando José da Costa, 31, protocolou ontem pedido de inquérito para apurar suposto crime de falso testemunho do vigia Domingos Ramos de Oliveira Andrade, que disse ter visto Gil deixando a casa do pai logo após os disparos.
O pedido baseia-se no fato de Andrade ter afirmado inicialmente não ter visto ninguém entrar nem sair da casa. Dias depois, porém, o vigia narrou ter visto Gil.
Os advogados de Gil questionaram o fato de o último depoimento de Andrade ter sido tomado pela Promotoria, exatamente após a defesa ter pedido o relaxamento da prisão de Gil. "A autoridade policial e o Ministério Público deixaram sua função de apurar e só tentam incriminar Gil", diz Costa. A promotora afirma que a Lei Orgânica do Ministério Público garante que ela tome os depoimentos que julgar necessário.
(GILMAR PENTEADO E SÍLVIA CORRÊA)


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