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A repressão funciona, declara psicanalista
da Reportagem Local
A psicanalista Maria Rita
Kehl levanta duas hipóteses de
avaliação, diante do fenômeno,
ainda "tão novo". da "conversão" ou "libertação" de
homossexuais pelos grupos
pentecostais.
"Um é que se trata de repressão", diz. "A repressão funciona. A igreja sempre conseguiu que as mulheres esperassem virgens até o casamento ou
que os padres, pelo menos alguns, se mantivessem castos."
Para a repressão ou supressão da sexualidade, a força vem
da coerção exercida pelo novo
grupo, pela comunidade da
igreja, que passa a ocupar quase todo o tempo da pessoa.
A dúvida que Maria Rita Kehl
levanta nesse âmbito, também
uma dúvida da psicanalista
Marta Suplicy, é se o indivíduo
chega a ter uma vida sexual, na
nova opção. "Como psicanalista, eu não posso acreditar",
diz Marta Suplicy.
"A sexualidade é complexa,
mas o consenso é que você não
muda a orientação sexual. Já vi
acontecer, mas com pessoas levadas ao homossexualismo por
contingência. Prisão, colégio
interno", diz.
``São mudanças superficiais.
Provavelmente, essas pessoas
sentem que é menor o preço da
pseudomudança do que o preço social da marginalização.''
A segunda hipótese levantada
por Maria Rita Kehl é que talvez se dê, no caso, uma transferência, no conceito psicanalítico. "Quer dizer, muitos dos
`milagres' religiosos eu acho
que são efeito de transferência.
Mas atribuir a alguém poderes,
como você atribui na infância a
pai e mãe, não funciona."(NS)
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